quinta-feira

Collioure Interior - Henri Matisse


Collioure Interior


Woman Reading - HM

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Primeiro debate presidencial de Marcelo será com Tino de Rans

Nota prévia: Vejo na TSF que o primeiro debate presidencial confronta Marcelo com o Tino de rans. 
- Poderá lá haver maior ironia para o candidato da linha do Estoril!? 
- Deus, de facto, é um grande brincalhão ao decidir estas pequenas heresias da vida pública portuguesa.

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Primeiro debate presidencial de Marcelo será com Tino de Rans, TSF


Marcelo irá trocar argumentos com Vitorino Silva, Cândido Ferreira e Jorge Sequeira na TVI24. Conheça a agenda completa desse dia
A agenda definitiva dos debates entre os candidatos à Presidência da República foi divulgada esta quarta-feira. É assim possível saber que, no dia 1 de janeiro, sexta-feira, enquanto Sampaio da Nóvoa confronta Marisa Matias (20:35, RTP1), Maria de Belém estará frente a frente com Paulo Morais (21:30, SICN) e Henrique Neto irá debater com Edgar Silva (22:00/22:30, TVI24), Marcelo Rebelo de Sousa terá uma estreia nos debates mais invulgar.
O candidato apoiado por PSD e CDS estará nos ecrãs da TVI24 ao fim da noite (23:30/00:15, segundo a agenda da Lusa) num confronto a quatro: Marcelo irá esgrimir argumentos com Tino de Rans (Vitorino Silva), Cândido Ferreira e Jorge Sequeira.
O agendamento desta transmissão surge no mesmo dia em que Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que deveria haver debates televisivos "de todos com todos".
"Eu disse que, da minha parte, havia uma total disponibilidade de frente-a-frente com todos os candidatos que tivessem candidaturas formalizadas. São dez. Não são três, não são cinco, não são sete, são dez", disse o antigo presidente do PSD.
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quarta-feira

Benjamin Clementine - London - Música de Qualidade -




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A plasticidade da política e dos agentes políticos. De súbito...

Nota prévia: De súbito, Cavaco já não adverte o XXI Governo Constitucional que pode vetar diplomas do Executivo; de súbito, a cooperação institucional entre Belém e S. Bento parece um mar de rosas; de súbito, Cavaco trata A.Costa não apenas com a cordialidade institucional, mas também com a cumplicidade só própria dos velhos amigos (que nunca foram). 
- De súbito, o PR aprova tudo e mais alguma coisa do Governo de esquerda empossado contra a sua própria vontade.
- De súbito, Cavaco comporta-se como aquele analfabeto que, não sabendo assinar, fecha os olhos e diz SIM a tudo vindo de S. Bento com um dedo borrado em tinta - a servir de carimbo oficial.
- De súbito, Cavaco percebeu que o Banif faz milagres políticos, desde que sejam os contribuintes a pagar a conta da desbunda de gestores e banqueiros incompetentes e corruptos. 
- De súbito, ou desde quase sempre, os portugueses descobrem aquilo que Almada, um século antes, dizia do rectângulo: Portugal continua um sítio mal frequentado. Até na partida de Belém... 


Cavaco Silva promulga Orçamento Retificativo e austeridade para 2016



Os cortes salariais na Administração Pública continuam mesmo até setembro, uma medida que o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado tentava evitar. O sindicato pediu esta quarta-feira ao Presidente da República que avançasse para uma fiscalização preventiva junto do Tribunal Constitucional, mas o pedido não foi tido em conta por Belém.
Também a contribuição extraordinária de solidariedade vai manter-se por mais um ano para quem tenha reformas de pelo menos 43 mil euros brutos anuais. Já o salário mínimo nacional aumenta de 505 para 530 euros.
Para além disso, Cavaco silva deixa passar as novas regras da sobr
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Maria Helena Vieira da Silva - A Partida de Xadrez e Dislocation du labyrinthe




Style: Surrealism
Genre: figurative

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Dislocation du labyrinthe


Dislocation du labyrinthe - Maria Helena Vieira da Silva

Style: Tachisme
Genre: abstract
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Votos de Bom Ano Novo

A sorte dá imenso trabalho
- Votos de Bom Ano Novo -



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terça-feira

António Costa já encomendou a alma a meia dúzia...


1. António Costa começou por ser derrotado nas últimas eleições legislativas de 4 de Outubro, mas depois conseguiu fazer a quadratura do círculo e vencer. E venceu porque conseguiu chamar a si - e ao PS - 40 anos de afastamento com o PCP e fazer uma entente cordiale com o BE, um partido em crescimento pela mão de Catarina Martins, uma líder que se tem revelado excepcional. Com isso, A.Costa viabilizou uma maioria absoluta com incidência parlamentar necessária à governação, obrigando Cavaco a aceitar a indigitação do seu nome para S.Bento.

2. Como esta sua vitória foi tão sui generis quanto estrondosa ele conseguiu enterrar politicamente Sócrates e o socratismo, absorvendo alguns dos seus colaboradores mais eficientes, como João Galamba e neutralizar outros. No caso da Justiça que envolve o ex-PM não se meteu, ganhou até muita distância com essa frieza, o que lhe deu espaço político para dizer ao país que ele é uma coisa e Sócrates, inocente ou condenado, é outra.  

3. Mas antes de enterrar politicamente Sócrates, que viu a justiça cair-lhe encima, sem ainda se saber ao certo em que consistirá a acusação (cujos prazos o MP já deixou expirar, numa grosseira violação formal do exercício tramitacional da justiça) A.Costa sepultou António José Seguro, e fê-lo com alguns requintes de malvadez, revelando que em política a vingança é um prato que se serve tanto a frio como a quente, desde que se sirva. Quem ainda se lembra das imagens de Seguro a sair da sede do PS, no Largo do Rato, e a entrar no seu carro, percebe o que aqui se escreve. A política também é drama.

4. Após despachar Sócrates e Seguro, os pequenos obstáculos internos ou domésticos no PS, eis que começam a sentir-se os efeitos colaterais fora do PS, ou seja, na área do CDS e PSD, partidos oportunisticamente coligados apenas para manterem o poder, custe o que custar e com grosseiro sacrifício para Portugal e os portugueses. O Banif é, talvez, o caso mais estrondoso para o impacto nas finanças públicas do que foi a vergonha, a impreparação, a incompetência e a mentira sistemática institucionalizada pela dupla de meliantes Pedro & Paulo - a que A.Costa - com a sua ascensão a PM veio fazer implodir. Paulinho das feiras, essa virgem velha e ofendida (rameira política de sempre), já foi obrigado a demitir-se, e essa é também mais uma consequência da elevação de A.Costa ao cadeirão de S. Bento. E vão três.

5. Todavia, os estragos que António Costa fez na política pura e dura em Portugal não se ficam por aqui, ou seja, Pedro Passos Coelho, o tal que se esquecera de pagar as suas contribuições/prestações obrigatórias à segurança social durante 5 anos a fio, alegando esquecimento e desconhecimento da lei (justificações idiotas e não procedentes ao nível do direito) está também na calha para implodir. É certo que passos está na liderança do PSD há cinco anos, mas a forma anti-social e tributeira como governou, seguindo a cartilha da extrema-direita neoliberal, abrindo fissuras na sociedade que já não têm remendo, além de que entre ele e o Portugal profundo há hoje uma distância que vai de Massamá à Muralha da China. Daqui decorre que no PSD há já quem peça a sua cabeça, como Rui Rio (e outros), pois já se gerou a convicção interna no PSD de que com aquele velho e ferido líder o PSD jamais conseguirá alcançar o poder a médio prazo. 

6. Depois de ter despachado Sócrates, Seguro e Portas, e estando Passos Coelho na calha para a implosão política, outro dos sacrificados é, seguramente, Carlos Costa, Governador do BdP, ainda que aqui a competência de demissão não seja do Executivo mas do Banco Central Europeu. Contudo, a "bernarda" do Banif, que veio por a nu a incompetência pessoal e funcional do governador e a sua incapacidade para regular e detectar as imparidades no balanço do banco, faz com que Carlos Costa, o velho guardador de tacos de golfe do engº João de Deus Pinheiro, seja mais um óbito político a prazo da subida ao poder de A.Costa. Já não é Carlos Costa quem está no BdP, mas uma sombra desmaiada e turva que já ninguém reconhece. Pelo que Carlos Costa já é mais um fantasma de si próprio do que o técnico respeitado de véspera.

7. Cavaco será o óbito futuro para engrossar a meia dúzia de políticos reduzidos a cinzas na sequência da ascensão de António Costa ao poder, com a ajuda do BE e do PCP. A tal ponto de o PM, por ocasião do encontro de Natal entre ele e o ainda PR, se ter dirigido a Cavaco dizendo-lhe que quando Vª exª estiver em plena "liberdade" - poderá gozar mais e melhor a vida, desde que não risque mais politicamente nos destinos de Portugal e dos portugueses. 

Depois de ter despachado meia dúzia para "o Cemitério dos Prazeres da política à portuguesa", importa perguntar a A.Costa se vai alí aos pastéis de Belém comer mais meia dúzia de cada vez..., ou se já começou a fazer dieta por causa do Banif. 

Quero (antes) dizer, pôr os portugueses a fazer dieta, já que são estes, os mesmos de sempre, a responder e a pagar a conta pela desbunda grosseira e criminosa dos gestores e banqueiros do costume. 

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A instrumentalização política de Marcelo na sua mandatária nacional

Nota prévia: Marcelo não perdoa e foi buscar uma investigadora promissora, que opera numa área de ponta e que, ainda por cima, desenvolve o seu trabalho no estrangeiro. Com essa decisão, o candidato da direita, que subscreveu as medidas austeritárias da troika que empobreceram Portugal e os portugueses, procura capitalizar o descontentamento social e politico daqueles que tiveram de emigrar, dos trabalhadores e quadros qualificados e privilegia uma área sensível de que depende o desenvolvimento futuro do país. Numa palavra: Marcelo não hesitou um segundo sequer em instrumentalizar todo esse contexto sociotecnológico em nome do seu objectivo pessoal e político. Será isso legítimo?!

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Candidato esclareceu que não vai ter mandatário para a juventude. Maria Pereira tem 29 anos e é investigadora na área da biotecnologia (link)
O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa apresentou hoje a investigadora científica Maria Pereira, de 29 anos, como mandatária nacional da sua candidatura, adiantando que optou por não ter um mandatário para a juventude.
Maria Pereira, investigadora na área da área da biotecnologia e medicina, que atualmente desenvolve a sua atividade em França, foi apresentada como mandatária nacional na cerimónia de inauguração da sede de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, localizada na Rua da Junqueira, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.
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Os Emídios Catuns que nos pregaram um calote de 6,3 mil milhões e andam à solta - por Nicolau Santos -

Nota prévia: De leitura obrigatória, especialmente porque nos vai ao bolso.

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CaraOs Emídios Catuns que nos pregaram um calote de 6,3 mil milhões e andam à solta



Todos nos lembramos do cortejo dos cinco maiores banqueiros portugueses (Ricardo Salgado, Fernando Ulrich, Nuno Amado, Faria de Oliveira e Carlos Santos Ferreira) a irem ao Ministério das Finanças e depois à TVI exigir ao então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para pedir ajuda internacionalTodos nos lembramos como o santo e a senha da altura era o da insustentável dívida pública portuguesa por erros de gestão do Governo de José Sócrates. Todos nos lembramos das sucessivas reafirmações de que a banca estava sólida por parte do Banco de Portugal e do governador Carlos Costa. Todos nos lembramos dos testes de stress aos bancos conduzidos pela Autoridade Bancária Europeia – e como os bancos nacionais passaram sempre esses testes. E depois disso BPI, BCP, CGD e Banif tiveram de recorrer à linha de crédito de 12 mil milhões acordada com a troika. E depois disso o BES implodiu – e agora o Banif também. E depois disso só o BPI pagou até agora tudo o que lhe foi emprestado. E antes disso já o BPN e o BPP tinham implodido. E a Caixa vai ter de fazer um aumento de capital. E o Montepio é uma preocupação. É de mais! Chega! Basta!

No caso do Banif, é claro que o governador Carlos Costa tem enormes responsabilidades na forma como o problema acabou por ter de ser resolvido. No caso do BES foi ele também que seguiu a estratégia da resolução, da criação do Novo Banco e do falhanço total dessa estratégia – a venda rápida que não aconteceu, a venda sem despedimentos que também não vai acontecer, os 17 interessados que afinal eram só três, as propostas que não serviam, e o banco que era para ser vendido inteiro e agora vai ser vendido após uma severa cura de emagrecimento. É claro também que a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tem responsabilidades diretas no caso, por inação ou omissão. E é claro que o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, geriu politicamente o dossiê.

Mas não confundamos os políticos e o polícia com os bandidos, com os que levaram a banca portuguesa ao tapete. E para isso nada melhor do que ler o excelente texto que o Pedro Santos Guerreiro e a Isabel Vicente escreveram na revista do Expresso da semana passada com um título no limite mas que é um grito de alma: «O diabo que nos impariu» - ou como os bancos nacionais destruíram 40 mil milhões desde 2008. Aí se prova que houve seguramente muitos problemas, mas que a origem de tudo está no verdadeiro conúbio lunar que se viveu entre a banca e algumas empresas e alguns empresários do setor da construção. Perguntam os meus colegas: «Sabe quem é Emídio Catum? É um desses empresários da construção, que estava na lista de créditos do BES com empresas que entretanto faliram. Curiosamente, Catum estava também na lista dos maiores devedores ao BPN, com empresas de construção e imobiliário que também faliram». E como atuava Catum? «O padrão é o mesmo: empresas pedem crédito, não o pagam, vão à falência, têm administradores judiciais, não pagam nem têm mais ativos para pagar, o prejuízo fica no banco, o banco é intervencionado, o prejuízo passa para o Estado». Simples, não é, caro leitor?

A pergunta que se segue é: e o tal de Catum está preso? Não, claro que não. E assim, de Catum em Catum, ficámos nós que pagamos impostos com uma enorme dívida para pagar que um dia destes vai levar o Governo a aumentar de novo os impostos ou a cortar salários ou a baixar prestações sociais. Mas se fosse só o Catum… Infelizmente, não. Até as empresas de Luís Filipe Vieira deixaram uma dívida de 17 milhões do BPN à Parvalorem, do Estado, e tinham ainda por pagar 600 milhões de crédito do BES. O ex-líder da bancada parlamentar do PSD, Duarte Lima, deixou perdas tanto no Novo Banco como no BPN. Arlindo Carvalho, ex-ministro cavaquista, também está acusado por ilícitos relacionados com crédito concedido pelo BPN para compra de terrenos. E um dos homens fortes do cavaquismo, Dias Loureiro é arguido desde 2009 por compras de empresas em Porto Rico e Marrocos, suspeita de crimes fiscais e burlas. Mas seis anos depois, o Ministério Público ainda não acusou Dias Loureiro, nem o processo foi arquivado.

Dos 50 maiores devedores do BES, que acumulavam um crédito total de dez mil milhões de euros, «o peso de construtores e promotores imobiliários é avassalador». No BPN, «mais de 500 clientes com dívidas iguais ou superiores a meio milhão de euros deixaram de pagar». E a fatura a vir parar sempre aos bolsos dos mesmos. Por isso, o artigo de Pedro Santos Guerreiro e Isabel Vicente é imperdível. Para ao menos sabermos que o que aconteceu não foi por acaso. Que muita gente não pagou o que devia ou meteu dinheiro ao bolso – e esperou calmamente que o Estado viesse socializar os prejuízos enquanto eles privatizaram os lucros.

OUTRAS NOTÍCIAS
Lá fora, a notícia mais importante é a tomada pelo exército iraquiano do controlo da cidade de Ramadi, ocupada pelo Daesh desde maio deste ano, ao conquistar o antigo edifício governamental que até agora funcionava como centro de operações dos terroristas. É o fim da campanha militar iniciada no dia 22, quando o Exército iraquiano, apoiado por aviões da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, conseguiu alcançar o centro da cidade.

Por seu turno, a NATO vai enviar aviões para proteger o espaço aéreo turcoOs aparelhos de vigilância vão ser transferidos da base aérea alemã de Geilenkirchen para a base de Konya, localizada no sul da Turquia. A decisão implica o envio de soldados alemães para o estrangeiro, mas não vai passar pelo Parlamento do país.

A forma de gerir a questão dos refugiados na Europa continua a dividir os governos do Velho ContinenteO presidente da República Checa, Milos Zeman,disse taxativamente: «Estou profundamente convencido de queestamos perante uma invasão organizada e não um movimento espontâneo de refugiados». E acrescentou que, embora seja «possível» sentir compaixão pelas crianças, idosos e doentes que chegam de países em guerra, o mesmo não se pode dizer sobre os refugiados mais jovens: «A grande maioria dos migrantes ilegais são homens jovens, solteiros e de boa saúde. Pergunto-me por que não estão estes homens a pegar em armas e combater pela liberdade dos seus países, enfrentando o Estado Islâmico».

Para a ONU, pelo contrário, «o grande desafio é integrar os migrantes»«É vital investir na educação» dos refugiados que receberam direito de asilo, garante o porta-voz da organização intergovernamental.

Entretanto, o Japão e a Coreia de Sul chegaram a acordo sobre as escravas sexuais coreanas que foram obrigadas a servir os soldados do exército nipónico durante a II Guerra Mundial. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediu desculpa pelas chamadas «mulheres de conforto» e o Japão vai criar um fundo para indemnizar as sobreviventes e as suas famílias.

Por cá, na guerra dos direitos televisivos para a transmissão dos jogos de futebol, depois da NOS ter chegado a acordo com o Benfica por 400 milhões em dez anos,a MEO subiu a parada: 457,5 milhões para o Futebol Clube do Porto também por dez anos. Contudo, os acordos não são exatamente idênticos e o Jornal de Negócios tenta fazer a comparação. Resta agora saber o que irá o Sporting conseguir. E o Braga. E o Guimarães. E outros clubes. Porque o campeonato não se joga apenas com três e se uns tiverem cada vez mais dinheiro e outro menos, isso quer dizer que será cada vez menos competitivo e menos interessante. O que é mau para o negócio.

Uma boa notícia: só 1% das câmaras vão cobrar mais IMI em 2016. A maioria das autarquias do país optou por manter em 2016 as mesmas taxas de IMI cobradas este ano. Houve 46 que decidiram mesmo descer e apenas três subiram. Quase metade ficaram-se pela taxa mínima, de 0,3%.

Outra boa notícia: três em cada quatro empresas querem contratar em 2016motivadas pela saída da troika e a queda da taxa de desemprego. Os salários deverão manter-se quase inalterados, mas há uma tendência de aposta em benefícios

O treinador do Sporting, Jorge Jesus, deu uma entrevista ao Jornal da Noite da TVI e considerou Benfica e Porto os favoritos à conquista do título de campeão nacional de futebol, «com o Sporting a entrar também de forma muito séria nesse duelo». E ontem à noite manteve-se uma tradição: um jantar de apoio à recandidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa, 77 anos, à presidência do FC Porto. E outra tradição: o humor do presidente, quando as coisas não lhe correm de feição. Sobre os assobios para o treinador Julen Lopetegui, disse: «Se com os assobios chegou a primeiro, então que continuem a assobiar mas logo desde o princípio, porque dá sorte».

E por falar em assobios, se o leitor tem a mania de mandar piropos às mulheres que vê na rua, então cuide-se e mude de comportamento. Desde agosto que uma alteração ao Código Penal, que passou despercebida, criminaliza com penas de prisão até 3 anos os tais piropos ou «propostas de teor sexual», como as caracteriza a lei.

No cinema, o mais recente filme da saga Star Warstornou-se, nos Estados Unidos, o mais visto de sempre no dia de Natal, e tornou-se, globalmente, o mais rápido a gerar mil milhões de dólares em sala. Agora, é esperado que ultrapasse Avatar e Titanic e se torne recordista absoluto de bilheteira.

Enquanto escrevo, as fortes rajadas de vento fazem-se ouvir através de estridentes assobios. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou 12 distritos sob aviso amarelo, devido à previsão de vento forte entre domingo e segunda-feira,com rajadas de 70 a 100 quilómetros por hora. Lisboa não está na lista. E o mau tempo anda à solta pelo mundohá cheias na Europa, Ásia e América Latina, onde o «pior El Niño em 15 anos provoca cheias devastadoras».

FRASES
"Sabe para onde vai o Mourinho? Para o Manchester United! Cheira-me, cheira-me, cheira-me". Marcelo Rebelo de Sousa, em Beja, em pré-campanha presidencial, SIC

"O Estado social é para mim, desde sempre, uma prioridade".Idem

"Arranja-me uma colherzinha para eu provar o puré de batata?". Marcelo Rebelo de Sousa, na escola de apoio a crianças desfavorecidas Vidas Coloridas, Beja, SIC

"Todos temos consciência que é necessário um Serviço Nacional de Saúde a funcionar como um relógio". Maria de Belém, em pré-campanha presidencial na Feira da Brandoa, SIC

"Era evidente que cortes a seguir a cortes acabava por dar mau resultado". Sampaio da Nóvoa em Reguengos de Monsaraz e em pré-campanha presidencial, sobre a morte de um jovem de 29 anos por falta de uma equipa de cirurgia, SIC

"(As medidas do Governo no caso Banif) não são de um tempo novo, são da velha política, são da política do antigamente". Edgar Silva, candidato comunista à Presidência da República, dizendo do Governo aquilo que o PCP não ousou fazer até agora, jornal i

O QUE NÃO LI MAS VOU LER
João Lobo Antunes é um dos maiores neurocirurgiões mundiais. Mas é muito mais do que isso. É um pensador. Reflete sobre a vida com a delicadeza mas também a certeza com que usou durante décadas o bisturi. Abriu cérebros, cortou tumores, salvou milhares de vidas. Mas também tem a sua dose de fracassos, como reconhece. «Há um que me vem à memória com frequência. A doente ficou cega e eu percebi no ato cirúrgico que isso estava a acontecer. E não dá para rebobinar o filme». É isso que conta numa magnífica entrevista à minha colega Luciana Leiderfarb, publicada na E, a revista do Expresso, na semana passada, a propósito do lançamento recente do seu livro «Ouvir Com Outros Olhos» (Gradiva).

Conheço Lobo Antunes como pessoa pública. Não mais do que isso. Tenho por ele uma enorme admiração. Mas o seu livro sobre Egas Moniz, o primeiro Nobel português de medicina (e único até agora nesta área) provocou-me, por razões muito pessoais, um enorme desconforto. Lobo Antunes defende os métodos utilizados por Egas Moniz para tratar doentes com disfunções de personalidade ou outras doenças cerebrais – métodos que hoje seriam considerados bárbaros e muito questionáveis. Eu vi o meu pai ser vítima dos métodos de Egas Moniz. Aos 24 anos, após uns súbitos ataques epiléticos, o meu avô e pai dele enviou-o a Portugal (viviam em Angola) para fazer exames médicos com Moniz. Este decidiu fazer uma radiografia de alto contraste ao cérebro, utilizando para isso um medicamento denominado Torotraste, que continha substâncias radioativas. Nada descobriu e os ataques epiléticos passaram. Trinta anos depois, aos 54 anos, o meu pai morreu numa semana. Diagnóstico: cancro no fígado. Ele não bebia nem fumava. O cancro veio do Torotraste, que tinha substâncias radioativas, que passado alguns anos destruíam o fígado dos pacientes sujeitos ao tratamento, provocando tumores. Morreram muitas pessoas por causa do Torotraste. Provavelmente mais de mil. O meu pai foi dos que durou mais: 30 anos. Mas mesmo assim morreu demasiado novo, aos 54 anos. É este o meu desconforto com João Lobo Antunes. Mas não deixarei de comprar este seu novo livro.

E pronto, está servido o Expresso Curto e forte, como convém após uns dias de excessos alimentares e de grande paz de espírito. Amanhã, com a sua pena afiada, a sua inteligência acutilante e o seu estilo inconfundível está cá ao seu dispor o Pedro Santos Guerreiro, com um fantástico Expresso Curto.
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CARTA ABERTA A SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO MINISTRO DR. ANTÓNIO COSTA - por António Onofre -

Nota prévia: Uma carta que merece devida meditação. 

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CARTA ABERTA A SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO MINISTRO
DR. ANTÓNIO COSTA

Ex.mo Dr. António Costa
Acabei de assistir à sua mensagem de Natal. 

Tenho 51 anos, sou pai de duas jovens de 17 e 20 anos, e casado com uma funcionária pública com 28 anos de dedicação e investimento na melhoria da escola pública.
Hoje, depois de escutar a sua mensagem de Natal, senti-me impulsionado a escrever-lhe esta carta aberta, pois considerei que parte significativa do seu discurso foi especialmente dirigido a mim: eu que como tantos outros, tive que abandonar a família e o país.
Antes de entrar noutros detalhes, quero deixar-lhe aqui uma declaração de interesses. Sempre votei PS, fui um dos seus apoiantes desde o início. Por depositar em si esperanças infinitas, desloquei-me propositadamente a Portugal para votar nas directas do PS que o elegeram secretário-geral. De igual modo, e visto que os serviços consulares do país onde me encontro, não me permitiram que exercesse aqui o meu direito de voto, no dia 4 de Outubro fui mais uma vez propositadamente a Portugal para votar em si e no PS.
Foi com muita esperança que o vi ser empossado 1º ministro, e desejo-lhe toda a sorte do mundo. 
Não espero de si que seja o salvador do país e muito menos do mundo, qual D. Sebastião dos tempos modernos. De si, espero honestidade, princípios éticos e morais, competência e acima de tudo que tenha uma visão de estado que o faça colocar os interesses de Portugal e dos portugueses acima de quaisquer outros interesses. Ultimamente, este tipo de visão parece ter-se extinguido e sobejam os políticos que não conseguem ver para além o seu umbigo e dos seus interesses pessoais.
Espero que seja um construtor de pontes em Portugal, na Europa e no mundo, ao invés de ser um construtor de muros, infelizmente cada vez mais em voga, sobretudo nesta nossa Europa, supostamente democrática e solidária. 
Desejo e espero que seja um seguidor de estadistas como Jean Monet, Konrad Adenauer, Churchilll e Jacques Dellor’s; Homens (com H grande) que imaginaram, pensaram e tentaram construir uma Europa mais solidária, mais fraterna e que se apresentasse ao mundo como um modelo da democracia e da liberdade.
Dentro das nossas fronteiras, espero de si (que exigente que sou) que exerça as suas funções tendo como exemplos um Olof Palme e um Helmut Schmidt na construção de um estado social, um Helmut Kholl e um Gorbatchev na sua convicção na reunificação europeia, um Marcos Ana e um Brecht na luta pela liberdade. A nível económico espero que tenha um pouco de Keynes e de Piketty. Em suma espero de si, que seja um ESTADISTA em vez de um politico de algibeira pós-moderno, desses que tem havido por aí aos pontapés e de que estamos TODOS fartos. 
Que grande fardo lhe ponho nas costas, Dr. António Costa!!!
Por razões sobejamente conhecidas de todos os portugueses, fui um de entre muitos que em Portugal se viu confrontado com o desemprego e depois com a emigração. Como desempregado o meu país tratou-me com desprezo e crueldade, como um indigente, um preguiçoso. Até parece que ficámos desempregados por opção nossa, ou por não querermos trabalhar. Ouvi comentários indescritíveis e fui tratado em muitos locais como se fosse uma pessoa de segunda categoria. 
Tal como a alguns criminosos, foi-me decretada a "medida de coação" de apresentações quinzenais às autoridades – leia-se IEFP. Era velho de mais para trabalhar, mas novo de mais para me reformar. Eu, e tantos outros como eu, tínhamos que ser "reciclados", reconvertidos; mas a reconversão que nos ofereciam era a frequência de cursos absurdos que em nada contribuíam para nos reintegrarmos no mercado de trabalho e que unicamente serviam para garantir os postos de trabalho dos formadores que os davam (alguns, diga-se de passagem, com um currículo mais pobre que muitos dos "formandos"). E mesmo que solicitássemos uma formação dentro dos nossos interesses, com o objectivo de nos lançarmos no tão apregoado "empreendedorismo" e criarmos o nosso posto de trabalho, esta era recusada com o argumento de "excesso de habilitação" para essa área. E assim, a única porta que se me abriu foi a da emigração.
Deixei para trás tudo aquilo que mais quero e amo - a minha família. Hoje resido em Cabo Verde, onde fui acolhido de forma irrepreensível, onde voltei a sentir-me útil, e onde estou perfeitamente integrado. Apesar de me sentir aqui como se fosse "a minha casa", não consigo esquecer, por um lado a saudade que sinto cravada em mim dia a dia, e por outro a revolta e a mágoa pelo que vivi nos últimos tempos que passei em Portugal.
No seu discurso de hoje dirigiu-se de forma particular a mim e a todos aqueles que como eu, tiveram que largar tudo e todos em busca de uma vida digna para nós e para os nossos. Apelou V/ Ex.cia ao nosso regresso e ao nosso contributo para a construção de um Portugal melhor. Prometeu V/ Ex.cia criar as condições para o nosso regresso...
Não creio que haja algum entre nós, os "que abandonaram a sua zona de conforto", como alguém lhe chamou, que, tal como diz Pedro Abrunhosa, não ambicione “voltar para os braços da sua mãe”. Não creio que haja alguém que não sonhe diariamente com esse momento e que não o deseje.
Mas do desejo e do sonho à realidade, vai uma distancia enorme... infelizmente muito maior do que os quilómetros que nos separam dos nossos.
Não basta V/ Ex.cia dizer que nos quer de volta, que iremos ter todas as condições para o fazer… É preciso muito, mas muito mais!!!
Nestes últimos anos, a única coisa que Portugal quis de nós foi que partíssemos, dando a nossa contribuição para a redução estatística da taxa de desemprego e redução dos custos com o subsidio de desemprego (éramos quase um "lixo social" que punha nódoas nas estatísticas). A única coisa que Portugal quis até hoje de nós... são as nossas remessas.
Somos um país "excessivamente" rico!... que até nos damos ao luxo de desbaratar o pesado investimento feito na formação de uma geração, e atirar fora essa imensa riqueza que é o capital humano e o talento. Às vezes, pergunto-me a mim próprio o que irá ser do nosso país daqui a 20 anos, quando se começar a sentir a falta da renovação do mercado de trabalho qualificado - todos este jovens licenciados que fogem para onde lhes acenam com um trabalho mais reconhecido e um futuro melhor. Percebo-os... aliás sinto-me tentado a empurrar as minhas próprias filhas para que no futuro não venham elas também engrossar as fileiras dos "novos escravos". Sim, porque o que o nosso país oferece neste momento às gerações mais jovens é uma sociedade "neo-esclavagista", "onde para ser escravo é preciso estudar".
Tiraram-nos muita coisa... as nossas famílias, a nossa casa, os nossos amigos... Mas há coisas que nunca nos conseguirão tirar: a nossa dignidade, os nossos princípios, a nossa vontade de viver e de lutar por um futuro melhor.
Hoje estamos gratos a todos esses povos do mundo que nos receberam e acolheram de braços abertos. Povos e países que viram em nós não um estorvo, mas sim, uma oportunidade e uma mais-valia. Somos condignamente remunerados; somos bem remunerados para falar francamente. Mas não somos mercenários. Demos, e continuamos a dar diariamente o melhor de nós.
Não será o seu simples apelo que nos fará voltar e abandonar aqueles que nos deram a mão. Não será o seu simples apelo que nos fará voltar como se nada se tivesse passado. Somos íntegros, não somos mercenários. Criámos laços, empatias. Somos reconhecidos e admirados. E estou certo de que todos esses povos e países sabem apreciar e nos agradecem o contributo que lhes demos. 
Temos pois, para com eles, uma divida de gratidão eterna; e sabemos ser gratos. Não os descartaremos, sejam eles alemães, ingleses, luxemburgueses, angolanos, moçambicanos, cabo-verdianos... 
Como diz a sabedoria popular, “ para quem não quer… há muito”. Estes povos e estes países que nos acolheram quiseram-nos e querem-nos, ao contrário do nosso país. Não sou ingénuo ao ponto de dizer que nos querem e admiram só pelos nossos lindos olhos. Não! Querem-nos porque viram em nós um potencial de contribuição para o seu desenvolvimento, para a sua economia e para o seu enriquecimento. E nós demos… e continuaremos a dar o nosso “know-how”, a nossa experiência, o nosso reconhecimento, a nossa amizade e o nosso agradecimento.
Paulo Baldaia,- Director da TSF, no comentário ao seu discurso dizia, ”Não basta dizer que os queremos de volta. Não basta dizer que nos vamos esforçar para criar condições para o seu regresso. Há que demonstrá-lo e fazê-lo”
Efectivamente, não basta criar empregos. Há que criar empregos condignamente remunerados e onde a dignidade profissional seja respeitada. Todos os que infelizmente tivemos que sair, usufruímos nos países de acolhimento de condições socioeconómicas e de trabalho muito vantajosas, que não se coadunam com os salários de miséria que hoje se praticam em Portugal, fruto da desvalorização do trabalho levada a cabo e apresentada como a solução para todos os males e problemas do país, por aqueles cuja curteza de vistas leva a defender e praticar as tais políticas neo-esclavagistas, disfarçadas de neoliberais.
Tem que nos transmitir e dar-nos confiança de que se voltarmos amanhã, não teremos que voltar a sair depois de amanhã … Palavras leva-as o vento!!! 
O nosso regresso não se faz a troco de um mundo de ilusões e promessas vãs; tem que nos demonstrar e garantir que teremos nós e os nossos uma vida digna. 
Que não morreremos de gripe numa urgência de um hospital, ou porque temos um aneurisma que se lembrou de se manifestar a um fim de semana, à espera de cuidados médicos de um medico que não trabalha porque não lhe querem pagar.
Tem que nos demonstrar e garantir que não viveremos mais num país de corruptos, onde meia dúzia enriquece ilícita e inexplicavelmente à custa dos restantes 10 milhões, e onde a justiça, após umas manobras de diversão, os manda para casa impunes. Que acabaram os tempos e os privilégios dos vários donos disto tudo com que nos cruzamos dia após dia. Que os nossos impostos, sejam eles altos ou baixos, são efectivamente usados em benefício de todos e não de meia dúzia de usurpadores. Que nós, os nossos filhos e os nossos pais tenhamos como horizonte um futuro digno e que aqueles que se aproximam do fim da vida o possam fazer sem mais sobressaltos, e sem terem que ser eles ainda a garantir a subsistência dos filhos e netos com as suas parcas reformas sucessivamente reduzidas.
Tem que nos demonstrar e garantir que jamais voltaremos a ser acusados de sermos piegas e de vivermos acima das nossas possibilidades, em nome de desmandos de outros. Tem que nos demonstrar e garantir que não pagaremos o preço das irresponsabilidades dos outros; não queremos voltar a ter que pagar por aquilo que não fizemos…..
Tem que nos demonstrar e garantir que teremos à frente dos destinos do nosso país, verdadeiros estadistas devotados à causa publica, e não um bando de indigentes e inúteis que têm na politica a sua boia de salvação porque não sabem fazer NADA, e cujo único “mérito” e serviços reconhecidos são a quantidade de cartazes políticos colados e o facto de serem caixa de ressonância de propaganda politica manipuladora delineada e pensada em gabinetes de comunicação.
Quando nos demonstrar e garantir tudo isto nós pensamos em voltar. Como deve calcular, neste momento a nossa confiança encontra-se num nível muito, muito baixo. É a si que lhe compete fazer com que isso aconteça - FAÇA-O!... por si, por nós e por Portugal. 
Se o fizer, nós estamos prontos a voltar e a ajudá-lo na (re)construção de um Portugal a sério e contribuir para a riqueza nacional.
A bola está no seu meio campo. Nós entretanto… vamos ficando por cá.
Não lhe roubo mais tempo, e certo de que esta terá da sua parte a melhor das atenções subscrevo-me com a mais elevada consideração
António Onofre

(via FBook, aqui)

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