sábado

Miss Grace Jones - Slave to the Rhythm

Mais outra pedra rolante na engrenagem não-linear do tempo...

The promise you made....COCK ROBIN

Mais lascas do tempo que passa

Joseph Bonnano - a man of honor -

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Aqui vemos Joseph Bonnano, que afirmou ter sido raptado, por isso desapareceu na noite anterior ao dia em que devia ser interrogado por um grande júri federal, em 1964. Desconhecemos se tinha alguma fleubite, braço ou antebraço partido de forma a - artificialmente - eximir-se à Justiça. Enfim, teatro no pior sentido, até parece que já vimos este filme por cá - alí no Hospital de Stª Marta. O problema é que os mafiosos lusos não têm nem golpe nem asa, são uns trolhas de vão de escada que voam baixinho que mais parecem aqueles chicos-espertos da construção civil que vão para o El Corte inglês desviar toblerones e caramelos de Badajoz para o fundo de bolsos rotos - cujo estardalhaço depois toda a gente nota, mas a que a Justiça pouco faz. Assim vai Portugal - que continua a cheirar mal num Sábado de transição.

O "Preto" do PsD: uma fama mal afamada

As corruptelas na polis. Um retrato dum certo psd que o actual líder terá de cuidar...

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Pergunto-me por quantos milhões de portugueses de bem (que ainda os há) poderia ser subscrito o Editorial infra e que não é mais do que serviço Público. A resposta a que chego é que o poderia ser por cerca de 200 milhões de pessoas, incluindo aqui, naturalmente, a comunidade lusíada dispersa pela diáspora nos 4 cantos do mundo.

Digo-o com o tremendo lamento de ter assistido - como observador atento (de certo modo privilegiado) ao longo destes últimos 15 anos - à gente mais desqualificada e impreparada intelectual, técnica e políticamente com responsabilidades no PsD. Gente que ía a casa das pessoas para os empurrar a engrossar comícios, gente que prometia empregos a troco dum prato de lentilhas, gente que não pensava nem falava - apenas enchiam o microfone de perdigotos, gente que organizava jantares, comícios, orquestrava e simulava situações políticas para benefício e promoção própria, enfim, gente política que só denegria a imagem de Nobreza que a Política deveria ter.

Infelizmente, é gente desta que o actual líder do Psd tem (ou teve) em seu redor. Hoje ao ler aqui a "semanada" do Jumento - que acompanhamos pela qualidade e isenção como pensa e escreve, e me deparo com este espectáculo, não pude deixar de pensar em duas coisas: a primeira é como em Portugal ainda se gasta tanto papel quando os visados nem um rolo de papel higiénico mereciam; a 2ª consideração é mais densa e reporta-nos para um outro imaginário, o da máfia partidária e o pato-bravismo que colonizou este PsD (desde a década de 90) e que, de certo modo, aqui e alí, tem infundido toneladas de arrogância, incompetência, estupidez, opressão, ganânica, enriquecimento em causa própria, gula, vaidade, uma soberba pacóvia, enfim, um cenário de hegemonia acima e por cima dos outros que são ou sempre foram melhores, os mesmos que nunca alinharam nesse pequeno jogo de corruptelas micro-partidárias em que o sr. a. Preto é um deprimente prota-go-nis-ta.

Um protagonismo assente no imaginário do pequenino homem de honra, inatacável, blindado, corajoso, generoso mas que, afinal, e consabidadmente, não passa dum actor de 5ª divisão - porque, na realidade, um mafioso é exactamente o oposto. Valeu-lhe sempre Manuela Ferreira leite, que além de madrinha também era sua "mãe" adoptiva, e a distância que os separava mediava 2 dedos, pareciam até aqueles **gémeos univitelinos** que nascem colados e que já nem uma cirúrgia os consegue separar.

Muita gente hoje no PsD deve os seus empregos a este tipo de práticas lideradas pelo sr. a. Preto: "eles", "elas", uns e outros - tudo tiveram que fazer para se humilharem e deixarem subornar por um lugar de vereador, de assessor, de assistente, de abre-berguilhas, de garganta-funda, de engolhe-cospe-e-deita fora de um harcore político de 7ª categoria, wherever...

Não é de admirar, portanto, que este Psd encontre a sua câmara de eco na Epul e nos esquemas montados que por lá deixou. Aqui Isaltino não está isolado nem deve ser o único malfeitor neste filme que já dura há décadas num certo psd. Quando analiso alguns mecanismos do funcionamento do nosso sistema politico-partidário - de que este caso será apenas mais um epifenómeno de corrupção (ao financiamento) partidário, de fraude e de falsificação e de enriquecimento pessoal, além do nepotismo crónico que lhe é reconhecido, lembro-me sempre daquela família siciliana cujos parentes mais próximos (quer os de sangue, quer os cimentados pela confiança e fidelidade canina, porque dependente dos empregos que o népota assegurava aos mais impreparados, apenas teriam de ser fiéis ao dono) - se apoiam uns aos outros, de todas as formas possíveis, com vista a prosperaram esbulhando o erário público e aproveitando-se das posições políticas do momento dentro do aparelho partidário e de Estado para, desse modo, evitarem qualquer dano.

Joseph Bonano, contrabandista de bebidas alcoólicas, um agiota e um pistoleiro afamado, também extorsionário - porque no arranque do séc. XX essas coisas eram normais e até necessárias ao progresso da América (feita por sicilianos), além de Don da Máfia, sempre se viu a si próprio essencialmente como um homem de excepcional honra, um homem, portanto, para quem a tradição tinha a maior das importâncias, e cujo bom nome e reputação vinham antes de tudo, até do partido. Disse-se então que foi este criminoso que depois serviu de modelo a Maria Puzzo para fazer o Don Corleone no romance de grande êxito conhecido de todos nós que foi O Padrinho. A evocação aqui de J. Bonano decorre, tão somente, da circunstância de personificar tudo aquilo que é inesquecível na história e doutrina da Máfia e, coextensivamente, espelha bem o que significa pertencer à Cosa Nostra.

Transpondo para o burgo, não iremos tão longe, apenas dizemos que neste como em muitos outros casos mais graves ainda por descobrir, os portugueses de bem só se interrogam como é que a Justiça não actua de forma celere e eficaz? Será que... (esgota!!!)

"Finalmente a Fama"
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António Preto terá tido hoje o momento alto da sua carreira política, conseguiu ser capa do SOL, se o que pretendia quando se meteu na política era estatuto social terá atingido o seu objectivo, só a imagem de alguém muito importante é que seria usada nesta fase de lançamento do novo semanário. Enfim, como dizia a Gina Lolobrigida não importa que falem mal da gente, o importante é que falem.. Terá sido apenas meia vitória de António Preto já que sendo ele homem de direita, vê o seu nome e imagem usados para captar leitores à esquerda, depois de ter piscado o olho a Marques Mendes ao atacar Isaltino no primeiro número, o SOL explorou o Processo Casa Pia no segundo número, tendo reservado a edição desta semana para um exercício de pluralismo. A estratégia do director do SOL foi inteligente.
Mas o SOL ficou encoberto neste artigo, ficamos por perceber como um modesto candidato a presidente da Distrital de Lisboa de Lisboa tem poder suficiente para convencer empresários matreiros a apoiá-lo, nessa época o António Preto era apenas um “descconhecido” presidente de uma secção de Benfica, mais conhecida pelos disparates do Eduíno Vilar (o velho dirigente do PCP(ML), o único partido que a China de MÃO reconhecia em Portugal), do que pelo seu protagonismo. O SOL isola o fenómeno, dá-nos apenas uma pequena aberta, não nos diz que Vasco Valdez, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, é um homem da mesma secção de Benfica, ou que quando Ferreira Leite era ministra o António Preto entrava mais vezes no seu gabinete do que a secretária pessoal. António Preto era um homem poderoso nas Finanças, onde nomeou muita gente para lugares de chefia, o apoio dele era garantia de uma nomeação, e graças ao Preto instituições como a Alfândega foram invadidas por gente incompetente. O poder de António Preto tinha um nome: Manuela Ferreira Leite.

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Aliás, não deixa de ser curioso que Ferreira Leite nem cortou relações com Preto ou Vasco Valdez quando estes apoiaram a designação de Santana Lopes para presidente do PSD e, consequentemente, primeiro-ministro, um dia antes de a então ministra ter designado a manobra como um golpe de estado dentro do PSD. Terá a austera madrinha lido o SOL deste sábado?

E que dirá Marques Mendes depois de ter ficado a saber (enfim, acredita se quiser que só o soube agora) que o homem que manda os sms ao pessoal a anunciar a hora das suas entrevistas na RTP1, ganhou a distrital de Lisboa com as quotas dos militantes em falta com dinheiro de gente estranha ao partido? O PSD está tão podre que já nem nas nomeações dos seus dirigentes se pode confiar.

Por fim aqui ficam os parabéns para o amigo do PS, o homem que o tempo de Guterres era vogal do IGAPH e que nomeou Preto para chefe de divisão.

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**A Teoria dos Gêmeos Univitelinos** Esta teoria diz que o Cebola é, na verdade, dois seres vivos. A mãe dele estava grávida de gêmeos univitelinos e, no decorrer do desenvolvimento dos fetos, um deles foi se associando à cabeça do outro. Isto teria provocado um aumento gigantesco no volume da cabeça do Cebola. Caso esta teoria esteja correta, dentro da cabeça do Cebola existiria um ser humano que se alimenta de neurônios e que está condenado a nunca ver a luz do sol.

Os jornais hoje têm de publicar toda a porcaria que lhes aparece pela frente, é o dever de informar. Mas pergunto-me se para um novel semanário que se quer impor com credibilidade teria de recorrer a tais manchetes para assim dar nas vistas ou olear o mercado e vender até ao último exemplar... E já é a 3ª vez que o semanário Sol o faz. Quanto ao Expresso dizem-me hoje que promove muito cristãmente a Bíblia. Acho bem, temos de converter alguns infiéis desta terra sangrenta, e para isso nada melhor do que o livro dos livros. Mas as manchetes são sempre como os nossos amigos, temos sempre o direito de os escolher, não é como a cor dos olhos. Mas verifico que em certos casos são precisamente os noveis projectos jornalísticos que habitualmente criticam a "doutrina" editorial do 24h que depois acabam por seguir idênticas práticas em casa própria. Enfim, diz o roto ao nú, porque não te vestes tu... Fica aqui a indicação ao arq. Saraiva. É que caldos de galinha...

Longas eternidades, legiões de turistas grisalhos, ociosos momentos...

... Gozando os seus rendimentos, até rima. Isto até teria a sua piada se não fosse dramático, conforme contextualizámos no post infra que aponta para um crescimento alarmante da população idosa na Europa dentro duas, três décadas.

Isto tem vantagens na medida em que todos poderemos ter um bónus de vida e usufruir de mais uns anos, mercê dos avanços da ciência e da medicina que vêm debelando doenças complexas e mortais. Este prolongamento de vida faz com que os homens e mulheres se sintam cada vez mais vigorosos, permitindo-lhes olhar doutro modo para os seus filhos, netos e bisnetos. É como se os velhos usufruíssem, já na 1ª década do III milénio, uma 2ª puberdade, uma nova vitalidade entre a velhice e a senescência - que se situa entre os 60 e os 80...

Daqui resultará também um novo esquema de relacionamento interpessoal, na medida em que os velhos dirão que não são velhos, mas sim homens vigorosos - alguns a toque de Viagra, homens de negócios, charmosos e sedutores - competindo até no mercado sexual com os seus filhos - com metade da idade, e com um à-vontade e savoir-faire que espanta no novo mercado dos afectos.

Daqui emerge um novo quadro de relacionamento: legiões de grisalhos pululando pela Europa, pelas Américas e Ásias - "dando cartas" em todo o lado, metade do Algarve de luxo e de lazer já foi tomado por eles - que do Norte e Centro da Europa - querem (já) vir morrer ao Algarve. Falamos, naturalmente, destes novos reformados com um mui jeitoso poder de compra interessante para qualquer economia local. Ociosos, bem parecidos, vitalizados pelos novos fármacos que lhe permitem três erecções não fingidas por semana, esta neolegião de grisalhos apresenta-se exuberantemente no mercado para gozar verdadeiramente a vida, estourando os seus bons e merecidos rendimentos. Eis a coloração desta nova paleta humana que povoa a paisagem da Idade de ouro emergente com os chamados segundos séniores.

Mas nem tudo são rosas, senhor!!! Sobrevêm os espinhos, pois se para aquela fatia socio-etária a vida reganha novo fôlego, para a sociedade no seu conjunto irrompe não um drama mas uma autêntica tragédia social com efeitos verdadeiramentes imprevisíveis no sistema de segurança social e na própria coesão das sociedades. Isto por uma razão simples e lógica: é que esta nova legião de grisalhos - de avôs e de avós - está prestes a triturar os velhinhos equilíbrios sociais e económicos vigentes ao tempo da "outra senhora" - que já cá não está. E é precisamente esta boa nova - decorrente do aumento da longevidade para alguns (os privilegiados, segurados pelas reformas) - que se irá fazer à custa de toda uma geração de novos trabalhadores (precários) - que terá de lhes suportar as reformas neste comboio intergeracional cujas composições - por levarem dinamite a bordo - ameaçam explodir a qualquer momento. Tememos, contudo, que o efeito retardador já tenha começado...

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Dedicated to Volenski Sudjanski - que ainda não tem 123 anos, mas que já percebeu que a vida são as férias da morte, por isso teremos de viver a fingir que não sabemos que vamos morrer.

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Teste de solidariedade

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António Vitorino
Jurista
Nesta semana sete chefes de Governo da União Europeia escreveram à presidência finlandesa uma carta sobre a política de imigração da União. Os signatários têm em comum liderarem os países da Europa do Sul: Espanha, França, Malta, Itália, Chipre, Grécia e Portugal. A razão de ser desta iniciativa conjunta e marcadamente regional decorre, em primeiro lugar, da crescente pressão migratória que atinge com particular acuidade Espanha, Malta e Itália. Mas, em boa verdade, a exposição geográfica de todos eles coloca-os numa situação de todos sem excepção poderem vir a ser destino destes fluxos, que têm origem no Norte de África ou mesmo na África subsariana. Poderíamos pensar que o que motiva esta iniciativa seria apenas uma solidariedade regional, o que por si só já não representaria pouco.
Mas, na realidade, acresce ao problema comum da gestão dos fluxos migratórios a consciência de que esta pressão crescente exprime não apenas uma realidade social que importa gerir, mas, sobretudo, traduz-se quotidianamente emm na E pungentes dramas humanos que irrompem pelas nossas casas nos telejornais como o rosto do desespero daqueles que tudo arriscam para poderem ter a oportunidade de entrar na europa ainda que na vulnerável situação de ilegais. Ninguém tem a certeza sobre o número de imigrantes ilegais que existem hoje nos países europeus, embora se possa fazer uma estimativa. Mas a cifra verdadeiramente tenebrosa, em relação à qual ninguém se atreve sequer a dar uma estimativa, diz respeito ao número de mortos que anualmente o Mediterrâneo e o Atlântico sepultam...
Os signatários da carta fazem uma constatação da mais elementar evidência: a dimensão do problema e a tendência crescente do fenómeno há muito ultrapassaram a capacidade de resposta nacional. Nesta linha de pensamento, o Presidente da República, na sua recente viagem a Espanha, colocou a ênfase na dimensão europeia do problema. O que nos coloca claramente perante a necessidade de encontrar respostas comuns no plano da União Europeia. Neste quadro, a política de imigração releva de um princípio de solidariedade europeia, que deve responsabilizar não apenas os "países da linha da frente", ou seja, aqueles que, por razões do seu posicionamento geográfico, são os primeiros a acolher esses fluxos migratórios, mas antes o conjunto dos países da União Europeia. Se este princípio de solidariedade parece inquestionável, uma questão parece impor-se: o que levou então os líderes destes sete países a escreverem a tal missiva que veio reproduzida na imprensa portuguesa?
A resposta é simples: na prática, os autores, embora não o dizendo expressamente, sentem que os países menos expostos geograficamente não mostram o empenhamento de solidariedade que deles seria de esperar! De facto, o grande obstáculo à definição de uma política europeia de imigração resulta da falta de confiança mútua entre os Estados membros. Essa falta de confiança impede que se logre definir um quadro normativo comum para a imigração legal em termos de admissão, do mesmo modo que inviabiliza a adopção de mecanismos de coordenação das diferentes políticas nacionais de admissão, sabendo-se que num espaço sem fronteiras internas as decisões nacionais têm inevitavelmente repercussões no conjunto e em cada um dos demais países europeus.
O apelo a mais solidariedade na definição da política de imigração não pode deixar de ter uma resposta por parte dos países interpelados. Mas cabe também às sociedades civis dos vários países a responsabilidade de se mobilizarem exigindo respostas claras a um fenómeno social e a um drama humano que constitui uma das marcas definidoras do século XXI.

32% dos portugueses terá 65 anos ou mais em 2050

"UE: 32% dos portugueses terá 65 anos ou mais em 2050. Um total de 32% dos portugueses terá 65 anos ou mais em 2050, segundo previsões publicadas esta sexta-feira pela Comissão Europeia. Os números são dados a conhecer na véspera do Dia Internacional do Idoso, que se assinala a 1 de Outubro. Segundo um estudo de Bruxelas, 17% da população dos Vinte e Cinco Estados-membros da UE tinha 65 anos ou mais em 2005, um acréscimo de 15% em relação a 1995.
Os Estados-membros com a população mais envelhecida em 2005 eram a Alemanha e Itália (ambos com 19%) e a Grécia (18%). A Irlanda (11%), Chipre e Eslováquia (ambos com 12%) estão no fundo da lista.
As previsões para 2050 indicam que a UE-25 terá 135 milhões de cidadãos com 65 anos ou mais – em 2005 eram 75 milhões -, numa lista encabeçada pela Espanha (36%), seguida da Itália (35%). Portugal terá 32% da sua população nesta faixa etária daqui a 44 anos".
  • Notas Soltas do Macroscópio: O problema é que esta revolução da longevidade começou há muito e de forma silenciosa, sem que nos tivéssemos apercebido. Sendo certo que o problema não é viver mais e melhor, mas determinar como as novas gerações chegam lá e, nesse trajecto, convivem com as gerações mais idosas. Não é só a nossa vida que se prolonga, é também a nossa vitalidade. Inúmeros idosos que conheço dizem que têm aos 65 uma intensa actividade sexual. Claro que o Viagra também tem dado uma ajudinha, e muitos desses morrem do coração, mas felizes. Mas aqui o ponto é outro: Tão outro que a nossa vida era tradicionalmente repartida em três fases: a infância (desenvolvimento), a idade adulta (actividade) e a velhive (declínio e morte). Hoje tudo isso se baralhou. Hoje muitos já nascem velhos, mas com uma agravante: não têm reforma... E se não têm reforma é porque não descontaram, e se não descontaram!!! Meus amigos, o mundo ficou perigoso. Vivemos num mundo em que os piores inimigos dos avós passaram a ser os próprios netos...

Viva a Poesia, viva Camões, viva Portugal, viva a blogosfera

ALMA LUSÍADA
Ser português
É amar a Pátria Portuguesa.
É tê-la sempre presente
É gostar com muita firmeza Das nossas coisas
E da nossa Gente...
Ser português
É vibrar de emoção
Ao descobrir
Entre mil bandeiras
Desfraldadas ao vento A bandeira da Nação...
Ser português
É ter orgulho da nossa história
E dos nossos antepassados.
É dar testemunho
De tudo o que somos
E com muito prazer
Nos sentirmos honrados... Ser português
É entoar com emoção
O nosso Hino e as nossas canções
E sem apreensão Cantar, falar, ou rezar,
Em qualquer parte sem hesitar
A língua de Camões...
Ser português
É ser diferente
É ter alma Lusíada
É saber estar ausente
E em qualquer lado
Gostar de tudo
O que evoca a Pátria
E nos inspira amor
A esse cantinho
À beira mar plantado !…
Enviado por mail por Euclides Cavaco (e os amigos do Lugar ao Sul)

sexta-feira

Uma tonelada de lógica - por O Jumento - "Diplomacia Pacóvia"

in - O Jumento -
(...)
Podia ter-se evitado o ridículo da oferta de um PDA com software ao rei de Espanha como se tivéssemos conseguido um grande feito tecnológico. Esperemos que os presidentes que visitem Portugal no futuro não sigam a mesma lógica, corre-se o risco de Cavaco deixar para o Museu da Presidência uma imensa colecção de electrodomésticos. Não tenho dúvidas de que para uma pequena ou média empresa portuguesa o desenvolvimento de um software é um facto positivo, mas transformá-lo em feito nacional é um exagero pacóvio.

(...)

Saramago propõe pacto de não agressão entre o Islão e a igreja

Ficámos a saber pelo Blasfémias que Zaramago, o único português nóbel da literatura que vive no estrangeiro e que conseguiu conquistar o título graças a uma embriaguês colectiva do júri que ainda hoje está por se explicar, propôs um pacto de não agressão entre o Islão e a Igreja católica. Caí do 3º andar, e a 1ª coisa de que me lembrei foi quando soube que o presidente da Líbia, Muamar kadafi, depois de andar a abater aviões civis com centenas de pessoas lá dentro, também presidiu ao Comité de Direitos Humanos da ONU.
É óbvio que se trata duma analogia, pois que saibamos zaramago não andou a abater ninguém, salvo a própria literatura, embora na sua folha de serviço constem as seguintes virtudes: saneamento de colegas jornalistas quando no Verão quente dirigia o DN, alguém que traíu Portugal por mero ressabiamento político - por isso procura vingar-se atacando à esquerda e à direita as entidades da Cultura em Portugal, sendo que o último desses exemplos resultou do ataque que fez à actual ministra da Cultura, Pires de Lima, quanda esta lhe solicitou apoio para promover a leitura do livro em Portugal.
Este respondeu-lhe com as "bexigas como fatalidade" - explicando assim que não valeria a pena, pois os portugueses - como uma "fatalidade como as bexigas" - não lêem e pronto, salvo as coisas intragáveis que aquele escreve e os idosos do PcP lêem nas filas de espera dos centros de saúde. Depois zaramago tem-se revelado um personagem ressentido e quezilento com tudo e com todos, mostrando-se sempre azedo e amargo, indisponível para colaborar naquilo que escape ao seus interesses directos e imediatos. Leia-se, royalties ($$$). Com esta folha de serviço qual é a legitimidade deste fulano para propôr uma pacificação entre os dois mundos: o islão e a cristandade - que concretizou assim:
Zaramago, tal como Soares que sobre terrorismo só devem ter lido as lombadas dos livros, deve presumir que o moderno terrorismo em rede ainda se assemelha aquele que operava em 1974 - em que o seu querido partido andava a armadilhar carros e casas a todos aqueles que não alinhassem com o modelo político totalitário de leste que o mesmo seguia nas redações dos jornais. Também aqui valerá a pena citar um autor maior, Raymond Aron - que há dias aqui evocámos para sublinhar uma das suas observações mais lúcidas sobre o terror:
Uma acção de violência é rotulada de terrorista quando os seus efeitos psicológicos são desproporcionados em relação ao seu resultado puramente físico. É essa fala de discriminação que ajuda a espalhar o medo, visto que o alvo não é ninguém em particular, mas todos em geral
.
Mas o problema destas declarações, remete para um tipo específico de ignorância da história política moderna e contemporânea, comum a zaramago e a Soares, e neste domínio o nível cultural (leia-se - sociológico, politológico e polemológico de zaramago é simétrico ao de Soares naquele famoso Prós & Contras com P.Pereira) - em que o ex-PR revelou um desconhecimento das causas (sistémicas) do fenómeno que aqui alinhamos de forma sumária:
1) Frustração socioeconómica pode levar a situações de conflito
2) Instabilidade política e fracos índices de desenvolvimento social e económico
3) Ausência de indicadores de modernização social e cultural - conduzindo a um fechamento de mentalidade e a um exacerbar dos níveis de intolerância pelo "outro", pelo que é diferente
4) Aumento do nível de coercividade dentro do espaço social por parte do regime político (que no Médio e Próximo Oriente é o que é... teocracias fundamentalistas que treinam os homens para a violência)
5) A presença de populações minoritárias poderosas (como os curdos no Norte do Iraque) contribui para adensar essa conflitualidade e flutuações ao nível da coercividade por parte dos regimes políticos
Depois uma tremenda vontade de matar por efeito psicológico do ressentimento (por camadas) relativamente aos níveis de vida, bem-estar e de conforto e até luxo (a tal sociedade afluente de que falava o economista recentemente falecido, Keneth Galbraith) atingido no Ocidente. Além duma vontade cega em querer ver expulsos todas as forças militares norte-americanas e ocidentais em bases estacionadas na Arábia Saudita e em toda aquela região do Médio e Próximo Oriente - de que o secular conflito israelo-palestiniano é um símbolo trágico que ameaça perpetuar-se.
É óbvio, e aqui todos somos marxistas, que a probabilidade de um elevado nível de instabilidade política é maior quando se combinam altos níveis de frustração socioeconómica, elevados níveis de flutuação de coercividade. Mas não deixa de ser paradoxal que seja uma pessoa como o background de zaramago - por sinal amigo pessoal de Fidel castro - que ainda mata e manda matar pessoas por mero delito de opinião, que seja a pessoa que tenha a lata de vir propôr uma coisa daquelas.
Confesso que quando vejo zaramago me lembro logo do diabo, ainda que nunca tenha visto este, mas há algo de diabólico na sua vox, na sua face e maneira de ser, de olhar e de falar que recria essa atmosfera maligna. Mas aquilo que talvez ajude a explicar melhor as motivações pelas quais o nóbel da treta diz o que diz e actua como actua remete-nos para uma passagem de Os Demónios do genial escritor Fiodor Dostoievski:

És capaz de contar pelos dedos as pessoas que podem ser aceites como membros dos seus círculos? Tudo isto é apenas burocracia e sentimentalismo - tudo isto é apenas cimento a mais, mas há uma coisa que é muito melhor: persuade quatro membros do círculo a matar um quinto com a desculpa de que ele é um informador e imediatamente eles ficam amarrados pelo sangue que derramaram. Passam a ser teus escravos.

Concluo: os vícios da matriz da velhinha escola comunista nunca se perdem, apenas mudam de facies com o tempo...

PS: Pedimos desculpa à memória de Raymond Aron por ter aqui contextualizado o seu nome com o do proponente da ideia tola de zaramago, especialmente por vir de alguém que não tem qualquer legitimidade política para a fazer. A este senhor o que seria aceitável era escrever mais um daqueles romances de cordel e doar os seus direitos de autor ao povo cubano - privado que está da Liberdade há cerca de meio século. Quem sabe se com esses dólares a mais não emergia uma oposição pujante a Fidel (já que o seu irmão não passa, alegadamente, dum palhacinho pedófilo) que lhe pudesse fazer ainda o funeral politico em vida. Assim, matavam-no duas vezes diante os olhos do mundo.

Barómetro: PS ganharia eleições com 46% dos votos

MOTIVOS PARA SORRIR

"Barómetro: PS ganharia eleições com 46% dos votos Caso as legislativas se realizassem hoje o PS venceria com 46% dos votos, um ponto percentual acima do seu resultados nas eleições em Fevereiro de 2005 e 16 pontos acima do PSD, indica hoje o Barómetro Marktest. O barómetro de Setembro da Marktest para o Diário de Notícias e TSF indica que a vantagem do partido que forma Governo, o PS, para o PSD voltou a aumentar, já que em Julho era de 11 pontos percentuais. O PS reúne em Setembro 46% das intenções de voto (em Julho obteve 43%) enquanto o PSD desceu agora para os 30%, face aos 32% do mês de Julho".

  • Esperemos que estes resultados não resultem da entrevista que o líder do PsD deu ontem à noite a dona Judite/RTP1 - e cuja audiência o afamado sr. A. Preto procurou segurar gastando os euros do partido enviando sms à lista de contactos de pessoas que o mesmo, de forma impertinente, entende por bem contactar, no seu habitual peroranço que sabe a ranço. Qualquer dia as pessoas incomodadas redireccionam os seus números de Tm para contas eróticas de valor acrescentado e depois estamos para ver como é.. O dr. MMendes terá de perceber uma coisa comezinha, já que enche a boca dizendo que já fez de tudo em política (esperemos que nunca tenha enviado sms..): é que a qualidade moral, ética e de preparação intelectual e política dos seus colaboradores é quase tão importante como a do próprio líder. E este líder, por mais que se esforce, deveria ter mais cuidado com o escol de que se rodeia para evitar que amanhã desça para os 15% nas intenções de voto. Fica a sugestão.

Um cristal

Nunca desejei ter um belo carro ou qualquer outra coisa a não ser eu mesmo. Posso ir para a rua com as mãos nos bolsos e sinto-me um príncipe.
Albert Cossery
  • Obs: Ora aqui está um verdadeiro liberal, e não um de pacotilha. Com este homem até dá vontade de ser bilionário, comprar um Rolls e depois oferecer-lhe a máquina só para ambos termos a possibilidade feliz de dizer: não queremos!!!

Doutrina liberal e a memória do Prof. Pedro Arroja: Voltaire e Rousseau

Hoje verifico que o blog Blasfémias consultou o Macroscópio e picou uma expressão isolada do contexto - um "ET" - por relação a Pedro Arroja - para extrair uma asserção um pouco dúbia que até que me faz lembrar algumas passagens que só se corrigem mediante leitura do Eclesiastes. Em todo o caso agradecemos aqui a atenção dedicada ao nosso espaço, que fizeram pela 1ª vez - creio - mas por aqui tanto conferimos dignidade a um blog em emergência como a um blog com muitos links. E confesso que cada vez mais a qualidade de análise e reflexividade dos materiais sociais não integra nem uma nem outra carecterística. O importante é o common sense e o respeito mútuo, valores que nos permitem reforçar o conhecimento sem que as pessoas se traíam mesmo antes de se conhecerem, coisa mui típica em Portugal. Temos de corrigir este costume que em lugar de lançar pontes entre os homens apenas fragmenta as que ainda existem. Fica a sugestão ao referido blog para que aprenda a citar devidamente.
  • Dito isto, terei opotunidade de me juntar aqueles que já teceram comentários e evocaram factos, ideias e opiniões daquele ilustrado pensador e economista do Norte. Confesso aqui que o estilo de Pedro Arroja me seduziu ab initio: o tom, é fluente, argumenta de modo racional, é culto e é educado. Razões q.b., para ouvirmos quem quer que seja. Mas mais, lembro-me que quando Pedro Arroja irrompeu (e depois desapareceu, daí a minha expressão "ET".. que aquele blog não percebera) ou, porventura, não soubera interpretar devidademente (no contexto donde picou a expressão) - o debate de ideias estava estagnado em Portugal. Aliás, vivíamos ainda num país meio rural em vias de se europeizar e modernizar. Hoje parece que ainda andamos à procura dessa modernização...
  • Quando nesse contexto de atavismo intelectual e cultural irrompe Pedro Arroja foi uma golfada de ar que oxigenou o debate social, económico e filosófico em Portugal. O que foi tão positivo quanto raro. Nesse sentido, Pedro Arroja foi também uma promessa, uma esperança, um cristal do pensamento que pululava onde todos os outros estavam paralisados. Ele fazia (e fez) a diferença. Não há que ser sectário nesse reconhecimento, e aqui publicamente o faço - em sua homenagem. Porque é em vida que se deve homenagear as pessoas, e só quando morrem lhes devemos erguer estátuas para mostrar aos vindouros quem foram.
  • Mas o que talvez sobreleva da sua matriz de pensamento foi (ou é) a sua necessidade de pensar sistémico, holístico, logo Arroja precocupa-se com os aspectos micro e macro da economia integrando, nesse cross-fertilization os desafios individuais com os chamados problemas colectivos que então se colocavam à estruturação dos agentes económicos e à própria economia que, na década de 80 ainda tinha cerca de 35% da sua força produtiva centrada na agricultura. O resto era sol e praia, serviços e funcionalismo público. O empresariado ainda era uma realidade fechada, com escassa expressão competitiva, inovadora e exportadora.
  • Depois, a ideia que guardo dele é a das suas intervenções televisivas, sempre muito expressivas, pois trata-se dum homem intelectualmente vigoroso, de um homem extremamente educado, e isso ajuda e aproximar as pessoas, as sociedades, as economias e até, quiça a blogosfera, não obstante verificarmos a forma sui generis de certas citações.
  • O Macroscópio sente-se completamente à vontade para falar com o mais microscópico dos blogs até aos maiores. Com boa fé aprende-se com todos, mas para isso é necessário deixar a soberba, a vaidade, a gula (e os outros pecados capitais) à porta da razão e do bom senso. Também isto é pensar liberal.
  • Mas temos de ser concretos: este homem mexe em dinheiro, potencia fortunas, agiganta patrimónios alheios que vai gerindo conforme sabe e pode. Tem, portanto, de se tornar confiável à luz dos outros, por isso esperemos que ele não cite de forma canhestra - do aqui, aqui, aqui - espelhando até um modus operandi algo campónio e amnésico, o que contrasta com os princípios e com a filosofia da educação liberal de nunca omitir (ainda que cirúrgicamente a identidade de quem quer que seja em citações-macacas, também ao gosto desse fúnebre blog que é o Abrupto). Pedro Arroja jamais citaria o Macroscópio, o Blafémias, o Websemantic, o Jumento ou qualquer blog por: aqui, aqui, aqui... Isso é uma má prática, até porque no plano imagético esse "aqui" aponta sempre para o meio das pernas... Fica mal, até na blogosfera.
  • Seria uma terraplanagem dos mais elementares valores liberais que reduzem a identidade a um mero "aqui". Isto contrasta com a diplomacia de PA - que me habituei a ver e a escutar com atenção.
  • É essa a memória que guardo de Pedro Arroja: culto, educado, preparado, afável hiper-comunicador e com obra escrita. Um liberal dos 4 costados. Não me lembro se chegou alguma vez a propôr a privatização do O2... Sempre me admirei como ainda não trabalha com Belmiro de Azevedo...
  • Mas o que acho curioso nestas pequenas discussões, que incham em função dos promotores, das agendas, das vaidades, enfim, da própria condição humana (que é fraca), que toca todos nós se não tivermos os devidos cuidados (lá está, devemos reler o Eclesiastes...) é a forma - igualmente "ET" - com que se introduzem e subtraem temas, debates, problemáticas e até pessoas na esfera pública e, agora, na blogosfera - que é a ágora pública dos novos tempos. Também aqui há uma irracionaliade intelectual em tudo semelhante à irracionalidade dos mercados, que falava Alan Greesnpan - o chairman da Reserva Federal dos EUA. Neste plano, faz inteiro sentido falar num efeito "ET" que assalta os espíritos lusitanos que só se pode justificar pela necessidade de certas pessoas/grupos de marcarem uma determinada agenda-setting na esfera pública. Então, não teria sido mais natural que já se tivesse falado de Pedro Arroja há anos!? Creio que sim. Aqui lavramos também o nosso mea culpa.
  • Mas porque razão é que eu embarquei nisto? Muito curiosamente já andava a cogitar um fragmento sobre Pedro Arroja há algum tempo, até porque seria interessante pô-lo a pensar acerca do modelo de segurança social a seguir em Portugal, acerca da melhor forma de captar investimento externo, acerca da melhor forma de tornar Portugal atractivo e competitivo. Seria uma forma de actualizar o seu pensamento (liberal) sobre todas e cada uma desta matérias estruturantes para Portugal. Além da ajuda ultra-qualificada que teria podido dar a Miguel Cadilhe e, hoje, a Basílio Horta - antigo e actual responsável pela Agência Portuguesa de Investimento - que tem precisamente essa finalidade orgânica e funcional junto dos operadores e dos mercados internacionais. E como sabemos não tem sido fácil capturar novos investidores para fazer investimento sustentável em Portugal.
  • Aliás, quando Patrick Monteiro de Barros viu chumbado (ou denunciado) o acordo de cavalheiros (e até preliminar) que tinha com o ministro da Economia (M. Pinho) no quadro do projecto de refinaria Vasco da Gama em Sines, teve até a amabilidade de enviar para o Macroscópio a formalização desse rompimento - ao mesmo tempo que o enviava para a imprensa. Desde aí que fiquei com a "pulga atrás da orelha" em revisitar a história e recuperar o legado teórico de Pedro Arroja.
  • Portanto, as minhas motivações acerca da revisitação intelectual a Pedro Arroja não partiram dos caprichos para a teoria do pensamento social e económico, antes partiram da realidade sociopolítica e económica do meu país para o quadro teórico daquele liberal.
  • Daí o nosso primordial interesse por este seminal autor que revolucionou o way of thinking português. E seria até muito curioso perceber até que ponto ele influenciou uma geração de jornalistas económicos (e políticos, como PPortas n ' O Independente) que acabaram depois por agitar todo aquele período que fez a transição da década de 80 para a década seguinte - que depois assistiu à revolução informática que redefiniu os métodos de trabalho na empresa e de produção e acumulação de conhecimento que precipitou a produção, o consumo e, sobretudo, a forma de estar e de ser na nossa relação com o "outro".
  • Hoje não sei se valerá a pena aprofundar a questão do liberalismo... Saber se ele é democrático ou elitista... Já sabemos que que há uma vertente do liberalismo que embora sendo partidário dos direitos do homem, que este recebeu da natureza, era porém contrário a toda a democracia. Ou seja, era pela igualdade de direitos, mas não pela igualdade na participação na própria sede do poder. Essa função e estatuto estaria reservada para uma elite que na província tinha comportamentos mui sui generis e até caricatos que um dia aqui recordarei.
  • Hoje creio que não há nenhuma utilidade levar a discussão para esse lado, i.é, para o lado que sustenta que quando a população se mete a raciocinar tudo está perdido, que nós somos todos igualmente homens, mas não membros iguais da sociedade. Hoje os desafios são bem outros, radicam na compatibilização das questões da Liberdade com as questões do acesso às chamadas liberdades parciais (social, económica, cultural) e também à Segurança - dadas as fortes limitações que hoje existem nesse domínio na sequência da emergência do terrorismo desterritorializado que se generalizou à polis global e fez do sistema da morte o principal método político para pensar e agir. Como consolidar o quadro de Liberdade e de Segurança com uma matriz de desenvolvimento sustentável e com coesão social no seio do projecto europeu? Eis o desafio que hoje se coloca às correntes de pensamento. O resto é paisagem e alguma vaidade.

Recuando um pouco na história da Liberdade, e lembrando algumas ideias de Voltaire - que acompanhou de perto a experiência inglesa (séc. XVIII) e num trabalho intitulado Cartas Inglesas, de 1734, fala na liberdade e no comércio que enriquecem o país. Mas quando tomou conhecimento do Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens, de Jean Jacques Rosseau, escreveu-lhe o seguinte:

  • Nunca se gastou tanto espírito para nos tornar estúpidos. Dá vontade de andar a quatro patas, quando se lê o vosso trabalho.

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  • Dedicamos este post às intervenções vigorosas e à obra de Pedro Arroja que na década passada fez a diferença e tirou este país de alcova da mesquinhez intelectual e do atavismo cultural em que vegetava. Hoje teria pago para o ver falar nesse tal Compromisso Portugal. O que diria ele hoje a esse deserto de "pensamento liberalóide" que se passeou pelo Convento do Beato... E como já temos saudades de o "ouver" ele que deixe de ser - "ET" psicadélico - e aparece por aí, de forma menos intermitente. E, já agora, e por extensão, também agradecemos aos espaços da blogosfera que citaram inovadoramente o Macroscópio, pois já sabia que "aqui" tínhamos alguma imaginação e originalidade, mas nunca supunhamos que ela fosse tanta.

Não se pode confiar em ninguém

A 1ª questão que me coloco é: será que Hugo Chávez escolheria Barroso, S.Lopes ou mesmo M.Mendes para alí substituir Socas? Já nem falo de Jerónimo - ainda centrado no modelo romeno-albanez.
Cremos que não. A justificação é óbvia: Socas tem credibilidade - dentro e fora de portas. Les autres sont les autres...
  • Mas hoje vivemos num mundo estranho: ao lado do Papa podemos arranjar um conflito intercivilizacional; ao lado de G.W. Bush ficamos estúpidos para sempre; ao lado de Blair - já era; ao lado de Fidel é um morto-vivo - ligado à máquina que nos augura a morte; ao lado de barroso sobressai a imagem do transfuga, da incompetência e do laxismo. Chávez optou bem: escolheu Socas.
  • Só que Socas deixou-o respirar e ao fim duma semana... Já Hugo tirou partido da imagem parasitando-lhe quotas de prestígio no âmbito da sua própria campanha.
  • Talvez só uma foto com Madre Teresa de Calcutá é que poderia fazer dois milagres: um directo à economia venezuelana - levando-lhe crescimento, modernização e desenvolvimento; o outro seria antecipar a partida do seu amigo íntimo de Hugo por forma a libertar o povo cubano do jugo de quase 50 anos de ditadura e de privações.
  • Mas para o sr. Hugo Chávez eu talvez lhe arranjasse daqui uma bela foto: a do Zé Povinho do Bordalo.

quinta-feira

O "jogo da mala" do António Sala: a grande entrevista, um pequeno resultado

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Estará Marques Mendes assim tão mal que o António Preto tem que andar a mandar sms para segurar as audiências da RTP1 durante a sua entrevista à RTP, ou será que vai dizer alguma coisa que já não tenhamos ouvido umas dezenas de vezes? Registe-se a promoção política de António Preto, de presidente da Distrital do PSD de Lisboa a operador de telemóvel.

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  • Como foi pedida a atenção do Macroscópio para o evento supra, segue n/ opinião:
  • Pura coincidência ou a mala preta do A. Preto tem milhares de números de telemóvel para quem insistentemente envia sms gastando milhares de euros à conta do erário partidário, quer dizer público, quer dizer de todos nós. Além da invasão de privacidade que é sempre de mau tom. Bom, com mala preta ou jogo da mala - a lembrar o nome dum programa (não mafioso) de António Sala (até rima) - lá recebi a sms informando-me de que M.Mendes hoje ia à dona Judite repetir o que disse de véspera. E foi.
  • Confesso que "gostei" e digo porquê: Judite começou por lhe perguntar se concordava com a nomeação de Pinto Ribeiro, novo PGR, ele disse que sim; dele ouvimos várias vezes que quer ser PM em 2009, veremos; e que é um homem muito inconformado; explicitou (não explicitando) as contas do seu modelo bolsista de Wall Street para a segurança social - aqui ficou uma branca que os cálculos do sr. pais Antunes terão de resolver; aquele gráfico mais parecia o cherne de barroso, mas invertido; pelo caminho trocaram-se uns mimos com Cavaco, uns telefonemas com Socas (que o consultou) e, no final, - Judite entala-o com uma pergunta "excelente" - para concluir qualquer entrevista: o aborto. O aborto!!! - E MMendes - disse o que pensava do aborto: nem liberaliza nem manda prender quem aborta. É o justo equilíbrio, é uma questão de consciência, e é assim que também acho que deve ser.
  • Depois confundir a sociedade civil - que se tornou hoje numa expressão parecida com o PSD (tipo albergue espanhol) com o movimento Compromisso Portugal é desconhecer toda a moderna teoria social e política. Alguém na S. Caetano explique ao líder do partido o que é a sociedade civil - que não deve ser confundida nem com a construção civil nem com sectores "gestiónico-bancários" duma certa pseudo-elite que por vaidade e tédio anualmente se passeio nos claustros do Convento do Beato - embora eu ache que aquilo resultou duma projecção holográfica a 3D.
  • Mas porra, logo o aborto!!! Podia ser o ambiente, Sines, a preservação da biodiversidade e do Lince da Malcata, a reforma agrária no Alentejo, o Alqueva, a Epul (bolas, esta Não!!!) - agora o aborto!!! Os portugueses, sobretudo aqueles que são sempre importunados por Tm (como eu) a assistir a este circo sempre que MMendes vai à caixa negra, sentadinhos no seu sofá, haveriam de pensar que dona Judite queria ofender pessoalmente MMendes e não sabia como: então espetou-lhe com essa do aborto - que foi a forma mais subtil de lhe chamar um prematuro. Penso que isto não se faz, nem na Albânia, e se tivesse responsabilidades na S. Caetano mandava inquirir a direcção de informação da RTP se não tinha um guião de entrevista mais civilizado e conforme para seguir. Abrindo assim caminho para acusar MMendes das velhas críticas quando este tutelava o sector: a de que ele era o controleiro da comunicação social. Judite há-de ter chegado ao final da entrevista e dito para os seus botões: cá se fazem, cá se pagam...
  • E pronto(s) - foi com o aborto que a entrevista findou, mau agoiro... ou maldade de dona Judite!? Inquira-se. Mas cá pra mim ouve ali (também) dedo do marido na confecção da estrutura e hierarquia da entrevista por se ter sentido "mal apoiado" contra Paula teixeira Cruz na OPA interna do PSD a A. Peto no habitual "jogo da mala", que faz lembrar o António Sala. Et voilá, foi esta a entrevista possível do actual dirigente do PsD. O futuro a Deus pertence. Um futuro sombrio, neste caso...

Auto-psicografia da crise: tributo a Fernando Pessoa

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As notícias do mundo que se abatem sobre Portugal continuam a não prestar, são cada vez piores. Um desse traços negativos é o que percorre os trilhos da deslocalização empresarial - que deixam um lastro de desemprego, pobreza e até de ressentimento e de frustração nos que ficam pelo caminho. Muitos deles - são homens e mulheres com imenso valor e experiência. Não são já raros os casos em que essas deslocalizações se fazem por mero dumping social, e para o combater deveria já ter sido aprovada legislação comunitária para limitar, regular e punir esse dumping empresarial que tem efeitos sociais negativos no interior das sociedades e na coesão dos países. Dumping esse a que as empresas multinacionais recorrem sistemáticamente sempre que ou os subsídios estatais cessam ou a mão-de-obra (e outros factores de produção) noutro país é menos remunerada.

Mas infelizmente na União Europeia temos um senhor que já era um mau político no seu próprio país, agora parece que elevou esse nível de incompetência política em conformidade com o velhinho princípio de Peter, quanto mais sobe mais incompetente se torna. Restar-lhe-á a administração de uma diocese por nomeação papal ou então o regresso à velhinha universidade privada - paralela à linha do rio Tejo - onde se depositam as velhas estrelas quando caem em desgraça, ou seja, quando ficam desgraçados. Durão barroso, há que dizê-lo com toda a frontalidade integra já aquela categoria de políticos menores que se serviu do Estado para se promover pessoalmente. Dele a história não guardará mais do que uma negra nota de pé-de página, talvez ladeado pelo seu "amigo" e colega de geração s. Lopes.

Estes personagens são o reverso político das Jonhson, da Opel, da Bombardier e de todas as outras empresas que encontram no método da fuga - como fez barroso - o transmontano de Bruxelas - a escapatória cobarde para resolver os problemas de produtividade e de competitvidade da economia portuguesa.

Por isso dedicamos este post a três categorias de pessoas: aos trabalhadores que ficam numa situação de grande injustiça social; aos jornalistas (económicos - como Helena Garrido e outros) que têm mostrado que o rei vai nu; e, de forma cínica, aos políticos mais incompetentes que nas instâncias europeias têm sofrido de Alzheimer político porque se esquecem de governar para o conjunto da Europa. Esquecem-se porque não têm liderança nem coragem, e não tendo nem uma coisa nem outra são considerados os cobardes da nova política. Coitados, alguns nem em Portugal conseguiram governar... Daí a nossa magnanimidade.

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  • Auto-psicografia da crise - tributo a Fernando Pessoa

A actual globalização predatória, já banalizada, de difícil apreensão e obediente à lógica multicritério, generaliza, universaliza e torna iguais para todas as pessoas, empresas, sociedades, Estados e regiões as condições de governabilidade, viabilidade e de sustentabilidade dos projectos de desenvolmimento, já que permite e promove a comparação directa das competitividades entre aquelas diversas categorias. Dum lado o passivo da crise económica (descida do PIB, falências, desemprego); do outro a necessidade de recuperação da confiança, atracção de investimentos, aumento de riqueza, criação de emprego entre outros activos. Assim, em lugar das tradicionais diferenciações através das cores das bandeiras nacionais e do traçado (sempre móvel) das fronteiras e da nacionalização das normas políticas, jurídicas e administrativas, passa a haver uma comparação directa entre os diversos centros competitivos. Sendo certo que as novas desigualdades, aferidoras das condições globais de desenvolvimento, se estabelecem entre competências profissionais e centros competitivos e já não entre capitais administrativas. O abandono predatório e dissimulado das “multinacionais de risco” (que governam em função da “ditadura dos mercados” pouco atendendo a razões personalistas) ante a impotência frustrante do governo, é um dramático exemplo. O drama que esta realidade representa na sociedade portuguesa só encontra continuidade em piadas que actualmente circulam na Net, e que ajudam a clarificar algumas medidas governativas que aqui, ironicamente, sumariamos:

- a) o aumento do IVA é positivo porque a população portuguesa estava a engordar substancialmente;
- b) a redução do poder de compra leva a uma dieta globalizada, contribuindo para o bem-estar de todos;
- c) o fim do crédito bonificado é uma medida positiva, porque os jovens vão passar a pensar com mais calma no casamento, esse passo tão importante que muitas vezes acaba em divórcio e com os filhos a chorar;
- d) o aumento da gasolina é positivo, já que diminui a frequência dos passeios de carro, contribuindo para um ambiente mais saudável e, consequentemente, para uma redução da taxa de sinistralidade nas mortíferas estradas nacionais;
- e) o serviço público de saúde leva-nos cada vez mais ao auto-tratamento e auto-medicação, contribuindo para a cultura do país em termos de farmacologia e dispensa dos serviços médicos; - f) temos, por outro lado, auto-estradas com portagens mais elevadas, contribuindo para o aumento do trânsito nas estradas nacionais (e secundárias) fomentando a difícil sobrevivência dos restaurantes e cafés de beira de estrada;
- g) a diminuição do n.º de funcionários públicos leva a que em cada instituição os funcionários possam trabalhar mais à larga, conversem menos de modo a que um funcionário passe a desenvolver o trabalho de três;
- h) o facto de não termos ganho o Mundial de Futebol foi positivo na medida em que temos a possibilidade de (não) dar a conhecer ao mundo que somos um país e não uma província espanhola. Com estas medidas (algo caricatas) seremos muito em breve um país de gente elegante, com um bom planeamento familiar, sem poluição, sem sobrecarga dos serviços de saúde, com um serviço público eficaz e seremos, finalmente, independentes aos olhos do mundo, tal como Timor… A propósito, passarão a ser emitidas pelo único canal público de televisão, todas as séries de humor constantes na tabela de programação da RTP2. O resto da grelha, como é do conhecimento de todos, não interessa a ninguém. Assim, todos os desempregados poderão ocupar o seu precioso tempo à frente de um televisor a assistir a um canal onde lhes será prestado um excelente serviço público de televisão. Eis a autopsicografia da crise: seremos tudo isto, mas idosos e já não podemos “fingir que é dor a dor que deveras sentimos”, como diria Fernando Pessoa. E o mais grave é que tudo isto acontece justamente quando o Estado perde a sua (tradicional) capacidade para artificializar as condições de viabilidade e de sustentabilidade das actividades económicas e relações políticas (domésticas e internacionais) que será chamado a honrar perante compromissos assumidos com os dispositivos de segurança social que foram concebidos no quadro duma estrutura económica, demográfica e psicológica muito diferente da que existe hoje nas sociedades (ditas) avançadas.

Na última década os portugueses vestiram um dominó errado; conheceram-se por quem não eram e não desmentiram. Resultado: perderam-se com a máscara colada à cara. Hoje, envelhecidos e diante do espelho rachado, tentam tirá-la. Mas parece que estão “bêbados” (como o Estado), impotentes e sem saber vestir o dominó que nunca tiraram. E se a conseguirem tirar – a máscara – vão dormir no vestiário como um cão tolerado pela gerência à sombra duma qualquer “Tabacaria”… É, em suma, na mutação destes processos políticos, sociais, psicológicos e tecnológicos que os novos desafios se colocam aos decisores. É também da sua articulação que estas realidades podem ser comparadas com o que aconteceu durante as primeiras fases da globalização. Então, e não obstante duas guerras mundiais e 50 anos de Guerra Fria, parecia que as pessoas arranjavam emprego; não se endividavam tanto para comer, vestir e comprar casa; odiavam-se e desprezavam-se menos e não se matavam tanto umas às outras; e casavam-se mais cedo fazendo da instituição uma eternidade; e até tinham (mais) filhos. Seria por causa disso que pareciam mais felizes?!

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  • Ao nosso amigo Sudjanski, já inspirador de muitas aventuras e regulador de muitos pensamentos. Alguns já nos pensam a nós próprios nesta Assembleia de heterónimos que nos é dado viver. Somos sempre vários dentro de nós, plurais em tanta diversidade que às vezes temos é dificuldade em identificar o princípio unificador. Nota: Texto extraído do nosso Em Busca da Globalização Feliz, pag. 90-92.

Compromisso Portugal nunca existiu, senão em campo holográfico e 3D...

Atenção: esta reflexão demora 5/7 minutos a ser lida e outros tantos a ser digerida, mas procura configurar uma nova percepção do nosso mundo: da imagem, da velocidade e das implicações que isso tem na nossa cosmovisão. Temos de enquadrar estes novos desafios que são ao mesmo tempo filosóficos, epistemológicos, políticos, sociais, tecnológicos, culturais e até de ordem civilizacional (porque alteram o quadro de mentalidades vigente) sob pena de ficarmos esmagados pelos novos planos de aproximação ao real, i.é, ao tempo e ao espaço assim como uma fotografia na teleobjectiva esmaga o horizonte. Com isto o Macroscópio desenvolveu um objectivo: apreender o sentido da velocidade das coisas, porque dela depende um novo modo de ver o mundo. E é este (também) o mundo percepcionado pelo Macro

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Nota prévia: APLICAÇÕES DA HOLOGRAFIA. Teoria da comunicação e sociologia da blogosfera. Fazer história interpretativa. A holografia é muito usada na pesquisa científica e nos testes. Os selos holográficos são uma medida de segurança, porque é muito difícil falsificá-los. Outras aplicações têm na aviação o seu destino, ao projectar instrumentos no campo de visão do piloto. Muitos deles não se aguentam e dizem que viram ovnis.. Há relatos destes. Os próprios leitores de barra nas lojas também é outra dessa aplicações holográficas. A holografia também foi desenvolvida como forma de arte. Os hologramas são encontrados em galerias e museus de todo o mundo. E porquê? Pelos efeitos visuais e estéticos que geram - seduzindo o público - e pela produção de grande quantidades de informação a baixo custo, o que viabiliza a Pub. gratuita às organizações e empresas envolvidas em certos eventos promocionais de que a imagem supra (lado direito) recorta um exemplo gritante. Na prática, os hologramas são imagens em três dimensões (ver também o video no final), como os coloridos emblemas de segurança nos cartões de crédito e nas embalagens de CD. Tal como a fotografia, a holografia é uma técnica para registrar em filme a informação relativa a um objecto ou cena. Entretanto, os mecanismos básicos utilizados, bem como a natureza das imagens produzidas, diferem bastante de uma para outra. Enquanto que a fotografia comum produz uma representação bidimensional do objecto, na qual a profundidade da cena termina no plano de impressão. A holografia, ao contrário, consegue captar a informação em três dimensões: inclui a profundidade.
Quando duas ondas chegam a um determinado ponto, isto é, quando as cristas de ambas coincidem, as suas energias actuam em conjunto, reforçando a intensidade ou amplitude da luz. Este processo é chamado interferência construtiva. Ora foi isto no entender do Macroscópio - recorrrendo à mais sofisticada teoria da comunicação - aconteceu a semana passada no Convento do Beato.
Explicitados os pressupostos da tecnologia vamos à narrativa sociopolítica.
A NARRATIVA DO QUE SE PASSOU NO CONVENTO DO BEATO: uma leitura Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us
  • O que a generalidade das pessoas e dos media em Portugal julgou ter visto a semana passada no Convento do Beato foi um conjunto de gestores mais ou menos bem-sucedidos, ricos e mimados, alguns parvos e presunçosos que ainda confundem a Bíblia com o Das kapital de Carlinhos Marx - e ambos com a obra ultrapassada (embora fundadora e seminal) de Adam Smith. O cidadão médio, os jornalistas, a sociedade em geral julgaram percepcionar uma ida em bando ao Convento do Beato - como quem vai a um banquete ou a um casamento sem ser convidado e depois sai à pressa mas, na realidade, o que se passou, segundo a macro-teoria da comunicação e da nova interpretação aqui expendida, foi coisa bem diversa.
  • O que se passou - sem que ninguém soubesse do facto, é que uma multidão de duas pessoas conceberam, planificaram, montaram, executaram e controlaram todos os passos que aquela ciber-operação sofisticada exigiu. A esse dueto (que não foi nem Cavaco nem Socas, dado que um já sonhava com Espanha e o outro navegava no pesadelo de perceber os contornos do melhor modelo da segurança social seguir) - vamos, por convenção, chamar-lhes o casal McGiver: um replica do outro.
  • Foram eles os autores do cenário de ficção científica projectado no Convento do Beato fazendo supor ao país que, na realidade, estaria alí uma centena de pessoas de carne e osso. Montado o cenário, escolhida a tecnologia havia que meter mãos à obra. O casal McGiver - investigadores de profissão ligados à 7ª Arte - puseram em movimento réplicas a 3D de 50 Carrapatosos, 20 Nogueiras Leites, 10 "(r)iBarcardis" (os outros não me lembro do nome, o resto são objectos e outros adereços conventuais e ícones religiosos relacionados com o lucro e a economia) - de forma a recriar todo um ambiente sensitivo susceptível de ser aceite como real pelos jornalistas e pela generalidade da opinião pública.
  • Aquelas replicas moviam-se em tempo real, os gestos, os olhares, até os tiques do Carrapatoso (mostrando os punhos de renda e o seu foleiro relógio - quase do tamanho do que está na Rotunda do Relógio à entreda ou à saída de Lisboa) - eram, milimétricamente reproduzidos através dessa tecnologia de reprodução de formas e de aparências de molde a fazer supor que esses modelos 3D representassem - fidedignamente - entidades físicas e não meros hologramas. E foi esta a razão pelo qual toda a comunidade de jornalistas foi iludida, e por meio dela o país inteiro.
  • Ou seja, em virtude da tecnologia manipulada pelo casal McGyver (a séria predilecta de Cavaco na década de 90) as pessoas podiam-se cumprimentar, falar normalmente, emitir sons, gestos, cheiros nauseabundos pelas bufinhas que davam discretamente (enquanto tussiam, como fazem na vida real)... - tudo em tempo real. E os otários dos jornalistas a gravarem o "pastel" como se aquela gente fosse de carne e osso. Os papalvos dos telespectadores, claro está, ainda foram mais otários ao manjar aquele festim como se fosse real.
  • Assim que cada um dos oradores falava outro entrava - já com a sua morfogenia adaptada à sua verdadeira entidade real e posição relativa no terreno. De modo que quando se usava uma replica - a réplica Carrapatoso, por ex., - uma outra se transformava na forma adequada para interagir com ele, à semelhança da Matrix - numa espécie de escada de extensão. De modo que naquele dia as replicas foram às centenas.
  • O espaço fora colonizado por aqueles feixes de luz, por aqueles entes holográficos, por fragmentos morfo-carrapatosianos e nogueireanos a invadir os claustros do Convento do Beato - numa espécie de neovisita virtual teleguiada - revisitando a Nova Idade Média mas a partir do séc. XXV. Havia replicas de vários tamanhos e todo aquele simulacro estava sendo retransmitido em tempo real através dos canais de tv alí estacionais, sem sequer se aperceberem que estavam a gramar um pastel de videoconferência a 3D com recurso às mais sofisticadas nanotecnologias.
  • Que foram, afinal, os verdadeiros sensores que deram forma, tamanho, peso, cor, vox, volumetria aqueles simulacros carrapatosianos que o país julgava estar alí a discutir a forma de fazer uns negócios à pala do Estado e do zé povinho (que lhes paga os impostos), através da baixa do IRC e do abatimento de 200 mil cabeças de funcionários públicos - que o Estado iria integrar - na Boca do Inferno - alí em Cascais - mediante um "Plano integrado" (segundo expressão do nano-carrapatoso).
  • Foi, portanto, por recurso às nanotecnologias controladas por minúsculos sensores que se recriou todo aquele ambiente físico, "humano" fazendo interagir pessoas com objectos, cores, cheiros e sons num determinado espaço que também se ía ajustando às necessidades do próprio simulacro global do Convento do Beato - que levou Portugal inteiro a acreditar que aquelas pessoas estavam ali aquela hora dizendo aquelas barbaridades - face-to-face.
  • O que começou por ser uma ideia de fazer mais uns negócios de outsourcing acabou num projecto avançado de investigação nanotecnológica. De que os filmes Lord of the Rings ou o Polar Express ou mesmo Matrix (dos irmãos Wachowki) são exemplos de captura de imagens 3D e depois codificadas em projectos intensivos de realidade virtual. Permitindo ver em tempo real replicas de borboletas voando pela sala, Carrapatosos deslocarem-se ao WC, os Bacardis a ligarem para as amantes nos intervalos da sessões sobre pseudo-economia, alguns "homo" a combinarem saídas para o day-after, os empregados do Convento a servirem o fua-grá, caviar e bebidas dando a ideia de que aquele era o melhor dos mundos possíveis - quando tudo, afinal, não passava de replicas 3D. Decorrentes das tais interferências construtivas que falámos acima e que permite estimular a textura dos corpos e dos objectos numa perfeita interacção entre si e recriando inúmeros interfaces. O Compromisso Portugal pareceu uma coisa de carne e osso, mas foi um evento ciber-virtual de matrix holográfico. Mostrando como as comunicações são hoje o maior desafio para a política, para a sociedade e até para os investigadores e a percepção com que descobrimos e (re)inventamos o mundo vindouro - sempre em aberto.
  • Contudo, esta tecnologia do casal McGyver oferece riscos (superiores ao do modelo de capitalismo de casino com que o Psd pretende reformatar o modelo de segurança social fazendo depender uma reforma duma roleta russa de fundos de capitalização com acções e obrigações a operar no carrossel bolsista), pois já se especula, dado os poderes quase milagrosos da mesma, que se façam aparecer pessoas onde elas na realidade não estão. Um exemplo: todos nós sabemos que Cavaco está neste momento em Espanha numa visita oficial, mas já é possível entrar no Palácio Rosa e iludir a segurança, o mordo-mor e até a criada dos quatros - através duma imagem em tamanho real e em pleno movimento, neste caso do próprio PR, Cavaco Silva. Ou até, invertendo os termos, pondo José Sócrates (num simulacro, como pretende Hugo Chávez, PR da Venezuela em campanha) a passear ao lado do Cavaco-real por entre os quase 2m. do rei D. Juan Carlos.
  • Como se trata de nanotecnologias os dispositivos em causa também se adaptam bem a M.Mendes que amanhã o casal McGyver pode (re)colocar a dar uma conferência de imprensa no Hotel Ritz - numa cena de beijos e abraços entre Socas e ele próprio - a fim de celebrar (mais) o pacto da Segurança Social quando na véspera Portugal compreendeu que entre um e outro é o preto e o branco. Daí os perigos destas falsas aparências e falsas movimentações em múltiplos locais numa recriação permanente com incidência na esfera pública. Neste caso, já não seria necessário pôr Mário Soares a debitar as barbaridades do costume sobre as causas do terrorismo, porque aquilo que ele diz na realidade já faz dele um aliado estratégico de Bin Laden - com quem defende neogociações. Portanto, Soares já é um simulacro por natura.
  • Image Hosted by ImageShack.us Chama-se a isto fazer o futuro em tempo real. E o futuro hoje diz-nos aqui que o Compromisso Portugal não existiu, foi um simulacro mediante efeitos nanotecnológicos e toques holográficos.. Mas mais importante que isso é a descodificação e desconstrução da realidade como um mero exercício intelectual - para a reconstruir de seguida estimulando em todos nós os diferentes aspectos do acto criativo. E talvez isto explique porque razão aqui falámos no processo criatogénico esta semana quando tentamos explicar as razões que demonstram fazer do blog O Jumento o melhor blog português.

  • E são esse, cremos, os principais desafios que se colocam hoje ao blogger quer ele seja investigador, cientista, docente, jornalista, analista de sistemas, consultor, bruxo, bruxa, pedreiro, (ex)deputado, advogado de causas efémeras e de outras viúvas negras, farmacêutico ou vendedor de pentes, pensos rápidos e de preservativos ao domícilio. Tudo aqui pode confluir com mais ou menos qualidade em função da natureza de cada lente e, naturalmente, dos neurónios de cada um na apreensão dessa troika de dimensões essencial a este novo tipo de narrativas neorealistas: concentração, estratégias criativas de tipo sistémico ou holístico e muita socialidade - por forma a fornecer em segundos todo um campo de meditação e de visualização que permita ao ciber-leitor um pensamento interactivo para descofidicar os "objectos de luxo" que tem pela frente, sobretudo tratando-se deste simulacro (qui recriado) com base no "Compromido Portugal". Um simulacro que desafia o movimento estonteante dos corpos (já que das ideias poucas ou nenhumas houve) por causa da velocidade absoluta, do controlo absoluto, instantâneo, de um poder quase divino associado estas novas tecnologias. Confrontando-nos com a própria ubiquidade e omnipotência, pois já nada disto remete para a democracia representativa que alguns ainda pensam viver.
  • Daí a questão na esfera da teoria democrática (que também ocupa as reflexões da socióloga Maria José Stock - que as recoloca no quadro da nova teoria da ágora contemporânea): poderemos encontrar uma democracia do tempo real, da imediaticidade e da ubiquidade? Aqui somos bem acompanhados por uma outra extensão de raciocínio: os multimedia colocam-nos diante uma questão nuclear que o Compromisso Portugal teve o mérito de denunciar: a da velocidade da política - a cronopolítica - que implica o abandono da realidade e das velhas oposições direita vs esquerda - que alguma blogosfera no outro dia desenvolveu - e vem revolucionar a percepção do mundo pela emergência duma nova estética do desaparecimento, já que o sr. Nogueira leite se acha portador de uma apurada sensibilidade estética. Aliás, estamos mesmo convencidos que já não é Keanu Reeves, Laurence Fishburne ou Weaving (o agente Smith) que estão alí aos tirinhos, mas a dupla cCarrrrapatoso-N.Leite (S.a.) adaptados a nova morfogénese do compormisso com o futuro (embora com muito passado).
O vídeo seguinte é apenas uma aproximação sinalizadora desta teoria geral da cibernética aplicada aos eventos políticos e económicos e aos jogos de manipulação do poder por parte de diversos agentes económicos que, por terem muito dinheio, nada para gerir, serem maus empregadores e explorarem muitos dos seus funcionários, se dedicam a brincar aos conventos. Mas, na realidade, eles não existem. E não existem não é porque não apareçam on tv, eles não existem porque nada pensam de estruturante e do efémero que representam nem as moscas depois se lembram deles.
Tenho de ser sério, dada a minha ignorância neste campo do conhecimento (nanotecnologias e holografia e 3D) tive de fazer um esforço suplementar na sistematização que aqui vos trazemos. Oxalá tenha valido a apena, porque, no final, até eu não fiquei totalmente insatisfeito. Se calhar eu próprio também estive nesse Convento do Beato e ainda hoje me pergunto quem eram os padres e as freiras de serviço. É que não vi nenhum(a). Secaram-me as veias nesta narrativa