sábado

A lição do bom Samaritano. Jesus, afinal, era um politólogo

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Certa vez Jesus disse:Image Hosted by ImageShack.us
Descia um homem de Jerusalém a Jericó. Pelo caminho caiu em poder de ladrões que, depois de o roubarem e espancarem, fugiram, deixando-o, quase morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote. Vendo-o, passou ao largo. Do mesmo modo, um levita, passando pelo mesmo lugar, também se virou e mudou de direcção. Mas um samaritano, que estava de viagem, chegou perto do homem moribundo e, vendo-o naquele estado, sentiu compaixão por ele. Aproximou-se, tratou-lhe das feridas, derramando azeite e vinho. Fê-lo subir no seu cavalo, conduzio-o à hospedaria e cuidou dele. Pela manhã, arranjou duas moedas de prata, deu-as ao hospedeiro e disse-lhe: "Cuida dele e o que gastares a mais na volta te pagarei".

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  • Confesso que não já relia esta "estória" há anos. A vida do dia-a-dia também não ajuda a recordar esse espírito de bondade entre os homens, coisa rara, raríssima nos dias que correm.
  • Mas essa foi a crónica que nos deixou S. Lucas lá pelos interstícios da Bíblia, que continua a ser o Livro mais vendido em todo mundo, e que é a fonte (não admitida, claro!!, como fazem os pelagiadores medíocres e sem carácter que têm Fidel Castro no role de amigos) - como Zaramago - que vai esbulhar algumas das parcas ideias que julga ter para fazer aquilo que julga ser livro ou romance ou, simplesmente, um pedaço de papel de fraca densidade intelectual habitada por nenhuma capacidade reflexiva. O homem é genéticamente assim, e ninguém em Portugal com dois dedos de testa consegue ver esta verdade comezinha. Quanto aos membros do júri do prémio Alfred Nobel - também já aqui dissémos que se encontrava, momentaneamente, embriagado..., mas adiante, por vezes o mundo tem os seus tsunamis culturais, os seus marmotos intelectuais, e a turba, ignorante e alienada, na maior parte idosa - aplaude; e quando se pergunta o que se leu do dito cujo nobilizado - a mesma turba responde : a lombada!!!
  • São os mesmos papalvos que buscam compreender rápidamente os mistérios e os milagres da vida, que continuam a consumir aquela sopa de lêndias intragável. Já tentei, mas a dada altura vomito.., e aí sou forçado a parar.
  • Todavia, a parábola ou a lição do bom samaritano tem uma finalidade escondida que importa aqui desocultar. Mas antes impõe-se formular uma questão nuclear, já de si esclarecedora: será que as pessoas, na sua essência, são boas ou más? Em que medida o são - uma coisa ou outra, e em que proporção?
  • Com efeito, quase todos nós - mais cedo ou mais tarde nas nossas vidas - chegamos a uma dessas conclusões acerca da natureza humana. Mas a forma como Jesus fala das pessoas - até do próprio zaramago - passe a Pub. - parece que Ele não chega a nenhuma conclusão definitiva. E é aqui - nesta folga de incerteza - que nos surpreendemos e até ficamos paralisados.
  • Certamente, alguns de nós somos como o sacerdote (pois os padres são das pessoas mais mal formadas que conheço, e conheço alguns - e nenhum consegue ser normal); ou como o levita - que vendo aquela desgraça - assobiou para o lado, para fingir não ver o moribundo; outros de nós seremos como os ladrões; e outros ainda como o tal bom samaritano, que parou e foi ajudar a salvar aquele homem meio-morto que jazia no chão, após ter sido assaltado e espancado.
  • Em face disto, o que terá levado o samaritano a ter aquele comportamento e a comportar-se como uma boa pessoa? Terá isto algo a ver com a necessidade que o homem tem - por essência - em desenvolver um relacionamento bondoso com Deus (?); logo também com os homens - feitos à sua imagem e semelhança?
  • Daqui emerge um ponto importante definidor do relacionamento humano, ou seja, as pessoas são boas ou más em função da natureza das relações que mantém com o seu semelhante. Neste caso, o samaritano revelou-se "bom" porque não desprezou o homem moribundo, e parou diante dele para o salvar - estabelecendo um determinado tipo de relacionamento bondoso com o agredido.
  • Assim, encarar as pessoas do ponto de vista psicológico como boas ou más - é simplesmente redutor e não conduz a conclusões sólidas.
  • Não raro cometemos aquele erro, pois temos uma necessidade quase vital em rotular os outros para, assim, podermos confiar nas pessoas, ou evitar aqueles que não merecem essa confiança.
  • Mas a realidade é mais complexa, já que existe essa ambivalência em cada um de nós; somos bons e maus por natureza; cooperantes e conflitivos; bondosos e maldosos; ingénuos e agressivos; solidários e egoístas; amamos e odiamos. Como ser humano - somos tudo isso ao mesmo tempo, primando umas vezes as boas facetas, outras sucumbimos às más.
  • Todos nós, portanto, contemos na nossa personalidade um pouco de levita, de sacerdote, de ladrão e até de samaritano. Daí a complexidade da natureza humana. Por conseguinte, aqueles que reconhecem e valorizam a sua necessidade básica de se relacionar bondosamente com os outros, tendem a ser boas pessoas e a ter um bom comportamento. Até porque precisamos uns dos outros, por isso procuramos não ferir ninguém.
  • Ao invés, as outras pessoas que violam estes simples códigos éticos e morais deturpam também a sua natureza e, por extensão, acabam por desenvolver um mau comportamento com o seu semelhante, como fizeram o sacerdote, o ladrão e o levita - elos duma engrenagem que, infelizmente, se identifica abundantemente nas nossas sociedades. Ora isto é mau, na medida em que nos leva a crer que a maldade tende a sobrepôr-se à bondade, como se a condição humana não conseguisse escapar a essa fatalidade. Em rigor, a parábola do bom samaritano fala-nos de pessoas boas e más. E Jesus, creio, passou a sua breve vida a explicar isso aos homens.
  • E se há 2000 anos que conhecemos esta lição moral, fingimos, na maior parte das vezes, que ou somos estúpidos ou fingimos não dispôr de memória naquele preciso momento, tão selectiva que ela passou a ser.. E foi isso que Jesus fez: explicitar - por meio dessa parábola - que existem duas qualidades de homens - os bons e os maus. Mas isto é assim não em função da sua natureza, mas em resultado do tipo de relacionamento que se estabelece com o outros em sociedade ao longo das nossas vidas.
  • E é por essa razão que a recuperação desta história, plena de sentido e de actualidade, reveste-se aqui e agora - em fim de ano - duma crucial oportunidade para pensar e para meditar, na esperança de que com essa metafísica de transição nos possamos transformar em homens melhores. Ou seja, que sejamos capazes de abandonar, definitivamente, a posição do ladrão, do levita e do sacerdote - e nos convertamos de forma permanente na pessoa do samaritano.
  • Daí decorrem mais duas breves conclusões: a) Jesus conhecia a fundo a natureza e a psicologia humanas e, por isso, nos deixou compreender esta lição; b) e foi também, como corolário lógico do que se disse, um grande psicolólogo, sociólogo e até politólogo - que já que compreendeu como menhum outro homem, o funcionamento do comportamento humano em sociedade e num quadro de relações múltiplas de poder que mudam a cada instante.

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  • Mas mais grave do que não conseguirmos evitar o mal na relação com os outros, é nem sequer perceber esse ciclo vicioso de abuso que cometemos (mesmo que inconscientemente) contra as outras pessoas. Logo, é justamente por muitos de nós não nos darmos conta dessa grande e difusa maldade, que continuamos a agir maldosamente.
  • E nada melhor, em passagem e ano, do que interpelar as consciências dessa realidade. Esperemos, pois, que esta reflexão nos ajude a mudar. Assim, passaremos todos, quase naturalmente, a vestir a pele do bom samaritano. E nada há de melhor do que ter a sensação de que se fez bem a alguém. Eu, por exemplo, para ensinar o Zaramago a ler e a escrever - oferecer-lhe-ía a Bíblia, donde ele, surrateiramente, vai esbulhando os temas e parte das formulações que depois povoam os seus livrinhos.

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  • E também isto seria uma forma de praticar o bem, mesmo para um agnóstico que parece só acreditar nas tretas que vai contando à turba nestes tempos difusos e erráticos e com muito pouca qualidade intelectual.

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Nota:
  • Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas os verdadeiros amigos permanecem e nunca se esquecem.
  • Feliz Ano Novo Amigo José Covas e, já agora, ao Luís de Camões - e a todos os leitores deste blog e aos portugueses em geral: os do burgo e os da diáspora.. Como se vê - só tenhos amigos ilustres...

sexta-feira

Notas reflexivas (em final de Ano)...

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A minha condição humana fascina-me. Conheço o limite da minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes pressinto-o. Pela experiência quotidiana, concreta e intuitiva, descubro-me vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles condicionam-me inteiramente, e mais ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções semelhantes às minhas. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não paro de receber.
A.Einstein

A preguiça; e outros sinais

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Certo dia a governanta do historiador Alexandre Herculano disse a um jornalista:
"O meu patrão não trabalha, passa o tempo sozinho a ler, a escrever, é um grande preguiçoso".
  • Sobre a preguiça, aliás, aconselhamos aqui o leitor a ler com muita atenção uma história sobre a "Preguiça" (em boa medida inspirada no pensamento de Agostinho da Silva) que nos é sábiamente narrada pelo escritor e jornalista - Fernando Dacosta - que no-la conta no livro - Os 7 Pecados Capitais, ed., Casa das Letras, com desenhos de Francisco Simões. O livro tem um interesse tremendo porque nos fala também dos restantes (6) pecados capitais.
  • A saber: a inveja, a gula, a ira, a luxúria, a avareza e a soberba. Enfim, um pequeno (grande) livro de pequenos contos muito bem contados pode, num ápice, consoante a agilidade, destreza e background do leitor, converter-se num livro de psicologia; e quem diz psicologia também pode dizer de teoria política. A não perder, para ler a qualquer altura, de preferência à lareira, mesmo depois do Natal... __________________________________________________
Image Hosted by ImageShack.usParece que já existe 1 milhão de homosexuais em Portugal, todos mui respeitáveis certamente. Só espero que a cifra não aumenta no caso das "fufas", senão os heterosexuais qualquer dia terão de emigrar para poderem ter um filho naturalmente!!! Emigrar para Espanha, para o Brasil e o mais... E é pena, pois os tugas - hoje - já têm de zarpar do seu país por causa da chamada emigração económica e da busca de melhorias da sua condição económica e de bem-estar; agora parece que também terão de o fazer para encontrar uma mulher com quem possam ter uma relação séria e frutífera.
  • Enfim, são os sinais dos tempos em que vegetamos... São estes os valores que nos inculcam..., e Portugal que já anda tão mal, com a sua economia de rastos e a pegar de empurrão, dá agora mostras de mais estes "comboios" e "cambalhotas"!!!!Hà quem goste, phú, phú, phú. Afinal, quais são os problemas prioritários da economia Portuguesa?

quarta-feira

Só temos imagem, não dispomos de legenda

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Humildade não é passividade

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Se alguém te ferir na face direita, oferece também a outra, dizia S. Mateus. Voltamos ao assunto das presidenciais, ou melhor, ao contexto que irá explicar a razão por que Soares se vai estampar contra um muro cheio de espinhos que o encaminhará para um tanque repleto de alcool. É inevitável. A população que em tempos o elegeu será agora a mesma, com mais uns acrescentos de novas gerações intervalados com outras tantas abstenções das velhas, que o irá crucificar na votação de Janeiro próximo. É tão certo quanto Portugal viver uma profunda crise, económica, social e, acima de tudo, moral. É tão certo como Sampaio detestar Soares... Esta reflexão procurará mostrar porquê. Não raro dizemos que as pessoas humildes são passivas, só engonham e ninguém as teme. É uma forma de encontrar algo amável para se referir a esse tipo de pessoas - incapazes. Uns empata-f...., como se diz na gíria. Ora foi precisamente isto mesmo que Soares tentou mostrar, ad nauseaum, na entrevista que fez a Cavaco na semana passada. Digo entrevista, porque o desvairo de Soares conduzio-o a isso mesmo: um entrevistador, bastante medíocre, aliás - como a sua própria intervenção - na linha do seu hábito e costume... Raramente, admiramos a humildade, porque a consideramos o exacto oposto da agressividade e competência - que associamos ao sucesso. Foi isso que Soares tentou fazer do início ao fim da dita entrevista, sem sucesso, naturalmente, pois esses valores não colam - nunca colaram - à sua pessoa nem às suas políticas. Não quero aqui significar que Cavaco se fez (ou se faz) propositadamente humilde diante outros, seja para assim se vitimizar e capitalizar votos; seja porque tem uma auto-estima baixa e desconhece Camões, Vieira, Pessoa ou Eça - e só sabe - "razoavelmente" de economia. Pois como sabemos, e Soares teve o cuidado de o relembrar, Cavaco não é nenhum prémio nobel, para isso basta-nos a desgraça do Zaramago - que ainda - segundo consta - finge que aprende as regras mais básicas da gramática e lá vai copiando uns temas sonantes, não raro gamados à Bíblia que, curiosamente crítica - e que depois adopta como projecto de romance. E assim vai enganando os papalvos que compram aquelas mistelas, os mesmos que jamais saberão o que é ler um livro interessante ou sequer bem escrito. Desta feita, não se pense que aqui edifico sem limites a ideia de Cavaco. Pois acho-o, tão somente, o mal menor nas actuais circunstâncias políticas do país - que tenta sobreviver no contexto fragmentador de globalização competetiva. Mas porque razão Cavaco não estrilhou? Temos uma teoria para isso: em 1º lugar porque não tem uma oratória eficiente, nem o seu improviso é criativo, combativo ou sequer muito estruturante. A esta debilidade se associa algum medo dos dísparos dos adversários, que confessou serem muito superior em termos de oratória. É uma confissão desarmante e inteligente. Cavaco teve, pois, algum medo. Medo de si próprio, medo das suas próprias fragilidades intelectuais e oratórias. Embora fosse interessante que ele questionasse toda a putativa auréola de competência política que Soares assacou a si próprio, de forma artifical, é claro!!! E quando cunhou Cavaco de "razoável" economista e de não ter conversa nenhuma, só faltando chamar-lhe estúpido ali em directo, interrogo-me porque razão foi tão longe a cobardia de Cavaco???? Deveria, nesse instante, dizer que Soares nunca passou dum medíocre advogado e dum político trapalhão que sempre foi; e assim foi por causa do berço que teve, das condições materiais que o ampararam e depois - a meio da sua vida - pela virtude que teve em criticar Salazar e à emigração dourada a que se votou. Mas Cavaco teve uma paciência inaudita. E isso ao mesmo tempo enfureceu-me e apaziguou-me, curiosamente. Pois com a idade concluimos que ganha sempre aquele que não se enerva; aquela que nunca levanta a vox; aquele que não ofende nem lança boatos. Foi, precisamente, esse o papel de Cavaco na tal entrevista a três - onde Soares revelou a sua grande frustração reprimida: não ter sido jornalista. Foi uma pena, podia ter-nos poupado - e a Portugal - a uma gestão tão danosa nas suas opções macroeconómicas. Terá sido por acaso que Cavaco fez tudo como fez? Julgo que não. Pois Cavaco é um político profissional, é cerebral e antes de falar pensa e medita; aqui distancia-se do trapalhão Soares - que raramente pensa e nunca medita. E parece que a sua entourage afina pelo mesmo diapasão. Mas o ponto crucial é este: Cavaco sabe, sabia, que o que faz uma pessoa ser importante não é o status e o poder, mas a capacidade de ouvir e de servir os outros. A verdadeira humildade reside aí, na confiança em si mesmo. Defender sem ofender, mesmo com modéstia - o que levou Soares a atacar indiscriminadamente Cavaco, pois é o elo mais fraco da cadeia - o que faz dele uma ostra insegura, prestes a ser engolida pelo predador. Soares será sempre aquele player que a meio do jogo de xadrez, a perder, se levanta para fazer duas coisas: ofender toda a gente e dar um pontapé no jogo que sustenta as peças, que segura (ainda) a sua antecipada derrota. Sempre foi um homem irado, e quem sabe um pouco de psicologia decifra isso em três tempos. Os assessores de Belém contam o resto... Seria interessante que um dia os assessores de serviço do Palácio Rosa - caso tivessem coragem,referimo-nos aqui a Joaquim Aguiar ou Carlos Gaspar - pudessem contar as suas impressões sobre os vários PR que serviram durante quase a 2ª metade do séc. XX, tal é o tempo que os eterniza nesses postos. Claro que J. Aguiar, que tem mais sangue na guelra e é mais prolixo, rompeu em devido tempo com essa xarada e saíu - ou não foi convidado, o que vai dar ao mesmo. O diagnóstico não andaria muito longe desta linhas: Soares não sabe o suficiente acerca de coisa nenhuma. É um especialista em generalidades, é um charlatão da política que tem feito das circunstâncias um trampolim para a sua carreira pessoal e política. Soares ainda terá de aprender uma lição comezinha que, pelos vistos, o seu dir. de campanha - S. teixeira também não lhe a consegue explicar, antes acentua. Essa lição é precisamente a humildade, essa atitude de abertura ao conhecimento, de devoção do outro, de querer servir - e não servir-se da política - como tem feito toda a sua vida. É, aliás, essa a mensagem bíblica - que Soares já ouviu falar, mas desconhece em absoluto. Ao invés, e para mostrar que é um verdadeiro agnóstico, Soares depois de esbofetear a face direita do seu adversário, prepara-se imediatamente para agredir a face esquerda. Ora isto é tudo menos uma postura digna. Isto é o melhor que Soares é capaz de oferecer. Isto é Soares - ele même... E Cavaco? Como avaliar em profundidade toda aquela entrevista feita a Cavaco? Sobre isso penso o seguinte: Cavaco é distante, algo inseguro, algo ignorante e falho de uma cultura humanista diversificada que lhe rouba flexibilidade e maleabilidade oratória. Todos os sabemos. Economia só não basta. Ele precisa de entremediá-la com qualquer coisa mais - que não seja pão e azeitonas, nem bolo-rei manjado de boca aberta. Pois para isso, já temos a enfardadeira do Soares que nos deu abundante exemplo comendo o dito bolo pelas ruas de Campo de Ourique - que é a zona de Lisboa de maior densidade "cagalhoal" - onde as tias da kapital levam os seus cãezinhos a fazer o seu có-có - que depois não apanham. E daqui não decorre nenhuma comparação, nem sequer analogia ou paralelismo. É apenas uma coincidência.. Pois eu sempre detestei Campo de Ourique - por causa da Rua Ferreira Borges -; lá se passa uma eternidade naqueles semáforos - até atingir as Amoreiras do arqº Tomás Taveira. Desconhecemos, contudo, se foi este quem fez a fôrma aos bolos rei que o dito Soares tanto aprecia..., agora em versão Campo d'Ourique... Quanto a Cavaco - julgo que não lhe faria nada mal um curso intensivo de cultura portuguesa, um pouco como fazia Agostinho da Silva - nos seus passeios peripatéticos com Soares (a pedido do pai deste - que o sabia cábula, lambão e inculto). Pelos vistos, os esforços não granjearam qualquer sucesso. E tal não se deveu, certamente, ao grande filósofo e pensador - de que tive o privilégio de ser amigo - mas tal decorre tão somente da inépcia do aprendiz - que se calhar também é maçon, apesar de pedreiro não ter rigorosamente nada...e até ser bem capaz de confundir um esquadro com um nível, e ambos com um prumo - com que medirá a sua verticalidade... O problema aqui é arranjar um substituto à altura para Cavaco - que fizesse aquele papel estruturante. Há quem pense na esposa, dado que é professora de português..., mas também há defenda que aquele atraso congénito deriva precisamente daí. Daí o impasse cultural a que Cavaco chegou. Daí o nó górdio em que se vê envolto. Que fazer, então? Continuar a ser humilde, só ... não basta!!! Apesar de nos ter revelado que a sua bondade e amor é superior à maldade e ódio - que Soares revelou até à exaustão. Por isso perdeu uns bons milhares de votos. Uma compilação dos clássicos da cultura portuguesa depois romanceada em versão económica, talvez fosse útil a Cavaco. Assim, teríamos a garantia que ele leria os escritores e pensadores de maior vulto nacionais. Converter também Os Lusíadas em BD também ajudaria; traduzir Vergílio Ferreira para macroeconomia e Lobo Antunes para microeconomia seria uma esperança. Mas talvez valesse a pena empreender um compêndio condesando os quatro maiores vultos: Camões, Vieira, Pessoa e Eça - num grande manual de economia política universal - que narrasse os feitos dos tugas - dentro e fora de fronteiras, com a história do défice e das contas públicas; com a evolução romanceada da balança de transações correntes, dando conta do valor das exportações & importações, da trajectória do PIB, das taxas de desemptego bem como de toda a estatística que quantifica a qualidade das infra-estruturas sociais, redes viárias e muitos outros indicadores de desenvolvimento humano que fazem as alegrias de Cavaco. Tudo isso poderia ajudar Cavaco a ser mais solto sem, contudo, indiciar um processo de soltura verbal que o transformaria num agente verdadeiramente bafiento. Afinal, Cavaco - e oxalá haja fundos para fazer essas compilações da história da cultura e da economia nacionais - sempre poderá preferir uma vida mais curta mas repleta de humildade e amor, do que uma existência soarista - cheia de fanfarronices e troca-tintas. No fundo o que é a humildade senão a força sob controle. Talvez seja por isso que eu vote em Deus, ou melhor, em Jesus, só não sei ainda que lugar ocupa na tabela de voto...
  • Isto é um absurdo
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terça-feira

Homenagem a Júlio de Matos e à sua obra social

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Se o ridículo matasse muitos funerais...

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Se o ridículo matasse estes dois senhores já teriam sido incin... Vem isto a propósito dumas declarações que Cavaco promoveu para a eventual criação de um secretário de Estado que faça o trabalho de ligação junto das multinacionais, a fim de evitar que estas deslocalizem tão rápidamente para outros pontos do globo onde os factores de produção sejam melhor remunerados. E, assim, se possam poupar os tugas a mais uns milhares de desempregados em Portugal. À luz, aliás, do que se passa noutros pontos da Europa com mais ou menos sucesso.
Trata-se, pois, duma política preventiva. Claro que o sucesso desta medida de carácter orgânico, é relativa, e depende da sua acção continuada no tempo, mas como estratégia de prevenção de crise junto do tecido empresarial e de fortalecimento da malha económica, parece-me muito útil e inteligente. É óbvio que essas são competências exclusivas que pertencem ao governo, e está codificado/espiritualizado na CRP; os jerónimos, os louçãs e compª - já reverberaram aquele que come o bolo rei de boca aberta, agora já ultrapassado por Soares... que parece uma enfardadeira, como as imagens televisivas mostraram. Mas as pessoas, mormente, os candidatos à PR têm o dever de dar opinião, de sugerir, de apontar caminhos institucionais ante o marasmo em que vegetamos. A não ser que se queira calar as pessoas porque falar é cada vez mais arriscado e perigoso. Ora, é interessante ser do lado de Soares que emanam estas orientações quase pidescas que, se levadas à prática, gerariam uma cultura de segredo e de sigilo, pois só se poderia falar e/ou sugerir propostas quem tivesse ordem o PM ou caíssem no estrito âmbito das respectivas competências. Pior a emenda que o soneto... Pensava que o ridículo teria limites em Portugal. Mas a existência de Soares demonstra - ceteris paribus - que não. Imagine-se o dr. Soares a ser criticado porque falou de mais... Ridículo!!!, no seu caso, que passou a vida a falar, a reverberar, a dizer asneiras, a ofender a GNR, a enxovalhar os seus adversários da oposição; a conspirar contra Guterres; contra Constâncio; contra Sampaio que nem o pode ver à légua; e até a chamar líder de plástico a Sócrates - quando este se apresentou à liderança do PS (ante a timidez de Vitorino que não conseguiu ultrapassar o complexo de ser minorca e, agora, vinga-se pela via freudiana da sublimação do seu talento para ser o one man show televisivo ombreando com Marcelo o share televisivo); Soares cometeu erros atrás de erros; chegou até a desenvolver acções de Diplomacia paralela - minando a acção do executivo - que o sr. doutor Severino teixeira deve(ria) conhecer. Ou pelo menos tinha essa obrigação, uma vez que é professor de história - e, segundo Vasco Pulido Valente, um famoso pelagiador de teses científicas de que se terá, porventura, indevidamente apropriado. Enfim, estórias...
Soares é tão imoral que até chegou a utilizar contra Sá Carneiro um argumento execrável, decorrente da circunstância do homem estar a apaixonado por Snu - e não poder então fazer-se representar nos actos oficiais com a mulher com quem havia casado. Desta feita, a alarvidade de Soares, que já se confunde com o autor das barracas, foi longe demais, e, por isso, creio ter chegado a apresentar um pedido de desculpas. Quem não conheça Soares que o compre... Soares acha a nota/sugestão de Cavaco para prevenir a deslocalização das multinacionais (geradora da globalização predatória) grave; o seu mandatário S. teixeira e ex-ministro duma pasta que já não recordo o nome - até deu uma ridícula conferência de imprensa cheia de salamaleques que roça o ridículo. Parecia um roberto telecomandado por fios de nylon, contorcendo-se a fim de reforçar ainda mais as suas bacôcas palavras dançando naquele imberbe e jogo de significados e esticando para chegar ao microfone, não fora ele fugir para bocal mais talentoso, razoável e menos bacoreiro; tudo serve para farpear Cavaco (em vão) - que navega no vazio e sem oponente à altura.
Ora, isto mostra bem o desnorte e o ridículo de Soares e de toda a sua entourage. O ridículo de toda a sua ideia para Belém, a sua estratégia para ser novamente o locatário do Palácio Rosa. Soares, em rigor, não existe e não tem amigos. Soares - vive da nostalgia do passado; Soares é um fragmento de memória; Soares é uma ilusão que já não ilude, senão ao próprio; Soares não existe. Louçã enfatisou o perigo de Cavaco à falta de maior perigo neste Portugal dos pequeninos; Jerónimo dançou sobre o problema como se se tratasse de mais uma fuga nuclear de Tchernobyl... É chamada a dança do torneiro mecânico em rosca permanente. E eu penso que em Portugal estes políticos de meia tijela, pensam que todos os portugueses são parvos ou estúpidos e não têm neurónios para pensar... A dada altura - chego mesmo a acreditar que eles acreditam nas palavras que dizem, nos números de teatro que simulam, nos gestos que encenam, nos olhares e posturas dramáticas que depositam em toda a sua encenação e dramaticidade. Por mim, caso fosse realizador ou amigo do Manoel de Oliveira, contrataria essa rapaziada do simulacro e metia-os a todos numa jangada de pedra e fazia um filme rodado no Campo Pequeno a que daria o nome, mais o ou menos assim: Voando sobre um ninho de Cucos II. Depois passaria a peça na Barraca alternado com a Cornucópia, ali ao Campo Grande, mesmo em frente da residência do dr. Soares. Por amor de Deus!!, ver estes homens a falar e a actuar - chego mesmo a pensar que são parvos e estúpidos - de tanto nos quererem transformar assim - como eles são. E o mais grave é que parece que do vício ficou outro vício: quando os "Severianos Teixeiras" destas eleições presidenciais tirarem a máscara temo bem que já não consigam ser verdadeiros e autênticos. Nem consigo próprios, e assim passarão o resto dos seus dias mentindo, simulando, gesticulando, dramatizando, encenando. Será que eles não sentem que, antes demais, estão traindo a sua própria liberdade de pensamento, a sua capacidade crítica, o seu livre-arbítrio??? Será que eles pensam em fazer-se acreditar com credibilidade? Será que eles são assim tão estúpidos quanto demagogos - fingindo que estão representando uma qualquer peça À Espera de GodotT...de SB?? Será que eles sabem onde fica o Júlio de Matos... E o MIguel Bombarda.. Em suma - rasgando os seus horizontes pelas estradas do ridículo sem que com isso percebam o que se está passando com os riscos que atravessa a economia, a vida das empresas e os golpes que, diáriamente, a globalização produz na vida de todos nós. Na micro e na macroeconomia.. Mas como já sabemos - Soares não percebe nada de economia, de finanças nem de globalização. Aliás, Soares não percebe nada de nada, e quando ele contar aos netos que foi efectivamente PR e PM de Portugal eles não vão a creditar. Pois eu tenho quase 40 anos e ainda não acredito!! Nem nunca votei nesses cromos que são o expoentes da impreparação cultural, técnica e humana do meu País. É isto Portugal. Um Portugal de que me envergonho; um Portugal que já cheira mal. Um Portugal tristonho e que outros voltam a chamar "portugal dos piqueninos..."

O Blog da sabedoria

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  • No Blog da sabedoria...
... Está lá o séc. XX todo, até as atrocidades do meio do século mais longo da modernidade. O século mais absurdo de que há memória, pois foi aquele em que o Homem gozou de elevadas doses de conhecimento, de invenção pura e aplicada, de domínio do espaço (mas não da sua razão e da sua consciência), de manipulação da tecnologia (civil e militar) e depois!!! Bom, depois - provou à humanidade que foi (também) programado para matar em série, como quem está numa linha de montagem montando peças e componentes para automóvel. O séc. XX, da pintura à reflexão, da ciência à tecnologia, desta ao absurdo representaram os sistemas das morte do vários "Adolfos" que campearam séc. XX fora - foi essa montra abstrusa; foi essa vitrina do holocausto de que a memória dos pintores e da pintura, e dos artistas em geral - souberam guardar devida memória. Afinal, o louco do Frederico Nietszche tinha alguma razão - perante as bacuradas relativistas que também disse: o homem do futuro é aquele que tiver a memória mais longa. E muitos dos quadros e das imagens que enquadram e alimentam o "blog da sabedoria" deste autor - cujo nome e identidade verdadeiramente desconheço - são um espelho dessa tão desgraçada quanto bela realidade. Hoje, o séc. seguinte - que coincidiu com a dobra do III milénio também não parece melhor. Também se mata de forma gratuita, só que já não se toleram tanto os Adolfos, nem a fundamentação que lhes deu razão de existir (com base na raça e de que o cérebro do judeu era mais pequeno do que o cérebro do homem ariano, brilhante, não é!!!), embora ainda existam muitos "hitleres" por aí, flanqueando a nossa consciência, provando os limites da nossa razão - e se não nos pusermos a pau - um destes dias - ainda nos candidatamos a ser engolidos por essa nóia de violência larvar que, hoje, de outra forma, nos amaldiçoa a mente e tolhe os movimentos. Que fazer, então?!!? Só a cultura, a razão e muita fé - representam armas para destruir esse mal. É por isso que este blog - assim como o século prodigioso - que o complementa, me parecem dois cristais do nosso tempo que importa não perder de vista, sob pena de ficarmos cegos ou de não apurar a sensibilidade artística, mesmo que de olhos (bem) abertos... A arte, a pintura, a poesia, o romance - em suma - a cultura (lato sensu) sempre representou a forma oculta da política e do direito, da força e da lei. A mente e a alma mais rec^^^ndita daquelas expressões. Como se quiséssemos encontrar o "o" perdido so o chapéu do sinal, mas que já não importa - porque apesar de ele não estar lá temo-lo guardado na nossa memória. E também isto é cultura. A maior arma a favor da paz e do desenvolvimento; a maior arma para combater todos os contravalores do nosso tempo. Aqueles que sabemos que temos de combater... É também para isso que servem as imagens e os quadros que lhes dão espírito - e que depois encontram repouso mais credível e responsável no recanto das nossas memórias, no íntimo das nossas consciências. E também isto é cultura; e também isto é virtude na batalha permanente do jogo do bem contra o mal... PS: Deixamos, contudo, uma nota desafiante ao autor. É que identificar o blog como sendo da "sabedoria" e depois nem uma menção ao Eclesiastes ou uma refª, mesmo que de pé-de-página, ao grande Maimônides - é que me parece algo relativista ou evitável, que, no meu caso, repararia quanto antes. Até porque os deuses podem-se chatear a acabar num ápice com o servidor que alberga esta blogaria toda; e depois já não há mais quadros, imagens, pinturas, esculturas para ninguém...
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"Cruzei-me com este espaço de reflexão profundamente artístico e imagético. Quase que poderíamos reconstruir a História do séc. XX coligindo as peças e o esforço artístico que teve por detrás de cada uma delas. Do todo resultaria uma história: a história da pintura do séc. XX. A história deste blog da sabedoria que faz jus ao seu nome sem ter de evocar nem o Eclesiastes nem Maimônides, o maior filósofo judeu do séc. XII e por quem me travei de curiosidade pela natureza sui generis do nome. Mas deixemo-nos de tretas.. Este blog é um verdadeiro colosso. Muitas revistas da especialidade, se o conhecessem e pusessem de parte o seu orgulho funcional e estatuto, convidariam o seu autor a fazer uma resenha para a vida social daquilo que constitui o espaço da sua intimidade". http://www.macroscopio.blogspot.com Best regards & BOL RPM 6:28 PM

Um livro de Eugénio Costa Almeida sobre África

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Só nos resta confrontar o autor com o livro, e ambos com as opiniões que veicula nos links/entrevistas infra. Como diria Maimônides - um dos maiores filósofos do arranque da Idade Medieval - o simbólico é a dimensão principal em que se desenrola o desenvolvimento da ciência e da religião e até da filosofia. Portanto, cabe ao filósofo ler com cuidado o sociólogo - porque um e outro estão - agora - mais do que nunca - em estado de alerta, pois têm a nobre missão de ler e interpretar o mundo à luz dessa magna dimensão - onde o racional e o oculto se misturam... Por isso julgo, ainda sem ter um conhecimento detalhado do livro, que a profecia de que África está sendo olhada com outros olhos, mais abertos e integrativos -, logo - como um Continente de futuro (só não sabemos quando) possa traduzir-se, a prazo, numa hipótese muito plausível, e não um mero wishfull-prophecy do autor. Julgo, e como leigo de África falo - que este Continente esquecido deverá ser, doravante, perspectivado com as categorias e dimensão do simbólico, do imaginário e do real. Talvez daí resulte uma profecia acertada no tempo e no espaço - conjugando eficientemente as dimensões do simbólico com o imaginário.
Pois é a partir dessas duas dimensões que o homem - esse sujeito perplexo e perplexizante que equaciona tudo - pode alcançar o real. Ou seja, o conhecimento de Deus tendo como consequência o conhecimento da Verdade moral e política - de todo aquele Continente esquecido, mormente o de origem lusófono ao qual estamos moral, histórica, familiar e simbólicamente ligados. Só que para que tudo isto suceda com normalidade, é preciso antes ocorrer uma revolução: a revolução da Verdade; depôr os maus da fita/corruptos; democratizar o regime e desenvolver, gradualmente, o continente. Certamente, isto é uma tarefa hercúlea... Será obra de políticos, de estadistas mas também de escritores, de artistas plásticos, de cientistas e demais gente boa que anda exilada pelo mundo buscando Liberdade e Pão. Pois só eles conseguirão eliminar aqueles profetas do lucro fácil, o bando de corruptos que há 30 anos exploram as riquezas naturais daqueles países - mantendo o povo na miséria. São, na maior parte dos casos, os políticos no activo - que também são, estranhamente, os empresários mais ricos e poderosos.
Angola é o expoente desse paradigma negativo - a que a Comunidade internacional não consegue meter nos carris da verdadeira democracia e do desenvolvimento participado das populações. Em suma: a capa deste livro sugere-me um momento chave, de transição do mundo e também daquele Continente. Sem reformas e boas políticas públicas não iremos lá... Mas mais do que isso - a capa desse livro evoca-me de novo a necessidade do dom na ordem do imaginário e do real, o que requer políticos e legisladores à altura. Sem a combinação perfeita destas três dimensões - que vejo subliminarmente na capa daquele livro do Mestre em RI - Eugénio C. Almeida - muito dificilmente antevejo bom porto para aquela profecia. Ao invés, se o Homem - dentro e fora d'África - conseguir alcançar a eficiência naquelas três ordens/categorias - simbólico, imaginário e real - creio que a profecia de que o Continente africano estará no bom caminho se poderá concretizar. E digo mais: extirpados de África os males mais conhecidos - os de origem natural (inundações, secas - que estão fora do alcance do homem mas têm relação com as leis físicas da natureza); sobram apenas os males de origem social (guerras civis e corrupção em larga escala, nepotismo, incompetência e conexos); e os males causados pelo comportamento do indivíduo. Por dependerem da acção do homem - estes dois últimos - (males sociais e individuais) - o homem deveria esforçar-se por remediá-los racionalmente. E, curiosamente, estes dois últimos males são mais frequentes e provocam maiores danos do que os males originários ou causados pela natureza. Em todo o caso, julgo que teremos algumas razões para estar relativamente optimistas - considerando que o mundo é uma totalidade, poderemos ler este livro como um convite dirigido por Deus aos leigos (como eu) que se interessam por África; e também aos especialistas como o autor e muitos como ele - que fazem dessa deriva uma recriação da história, ié, como algo que o "mal" não pode vencer nem dominar por muito mais tempo.
Donde, só poderemos concluir pelo seguinte: este livro é, será, uma batalha pelo bem - e nós sabemos, como nos filmes, que as forças do bem acabam sempre por derrotar as forças do mal. Até porque é técnica (e filosóficamente) impossível vigorar a existência dos dois princípios, o do bem e do mal. Reconhecer tal dualismo seria reconhecer que a missão dos homens bons e justos de nada valeriam.
E é também aqui que todo o Continente africano deve ser equacionado. Quer dizer, além dos problemas de economia e política pura e dura - há, também, os problemas de origem metafísica que nunca foram devidamente equacionados na matriz de desenvolvimento daquele Continente esquecido.
Logo, vemos toda a utilidade em dar extensão a esta tese do mal (para a erradicar logo de seguida) - que tem campeado na África lusófona - como resultado de ausência de bem, de democracia genuína, de desenvolvimento partilhado por todas as populações.
Este "mal" objectivo, latente e doloso, dado que é praticado diáriamente na gestão corrente dos actos políticos e administrativos dos governamentes africanos - decorre - da própria rejeição de Deus pelo homem, e que parece, em parte, inspirado nas doutrinas neoplatónicas, e da própria maldade dos poderosos (que agora se vingam dos brancos-negros à sua mercê) que têm dirigido as rédeas do Continente ante a desgraça daquelas multidões pobres, doentes, iletradas, esfomeadas e sem fé nem esperança. É por isso que a tese do mal - jamais poderá vingar...
Eis o que sinto na mensagem subliminar da capa deste livro de Eugénio Costa Almeida (Mestre em RI e doutorando em Ciências Sociais) - que comprarei logo que o vir.
Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us Leia a entrevista do autor - Eugénio C. Almeida - ao Notícias Lusófonas sobre o seu próprio livro e a cosmovisão que apresenta dos problemas africanos - se bem que inscritos nas circunstâncias e contingências do sistema político emergente que é, à falta de melhor definição, o sistema da globalização competitiva.
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segunda-feira

Oráculo de Delfos à portuguesa

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Toda a gente sabe que o futuro é o que está para vir - de forma indeterminada e algo oculta e manhosa, como aqueles bois mansos que fazem parte das nossas vidas. O boi/touro na filosofia oriental representa um problema, um obstáculo que urge ultrapassar. E também todos sabemos que o dr. Soares já não tem futuro nenhum na política activa em Portugal, excepto na cabeça dele. Vem isto a propósito do fim de ano que se aproxima a passos largos e da necessidade de projectar no futuro próximo - leituras plausíveis sobre o tempo vindouro e os acontecimentos que ainda estão contidos - ou em gestação - dentro daquele tempo a haver. Acontecimentos esses que são indeterminados, pois não dispômos - como Deus - da faculdade de ler o tempo de forma instantânea e absoluta - como se fosse um simples fotograma; mas apenas o podemos ler de forma sucessiva. Logo, teremos de aguardar pelo futuro, e pelo futuro do futuro - que são os futuros que depois se tornarão presentes em nossas cabecinhas pequenas e vazias que para tudo precisam de uma cronometria para arrumar os eventos no espaço e no tempo que se sucede. Daí a importância do Oráculo de Delfos (à portuguesa) que é, de facto, o lugar da sentença, o sítio onde a política se lê e interpreta, o lugar dos símbolos e do simbólico. Sem esta dimensão jamais compreendemos a dimensão oculta que sempre habita os comportamentos políticos, sociais, económicos e de diversa natureza que compõem o tecido conjuntivo das sociedades modernas. Sem deciframos esse "núcleo do simbólico" não vamos a lado nenhum. Daí deriva a principal dimensão em que se desenrola a ciência, a filosofia e até a religião. E a política acaba por ser um sub-produto de tudo isso, que emerge de forma mitigada na conduta humana. A função do oráculo é, pois, a de desmontar esse simbólico que está por detrás de cada acto e gesto humano. Quer no plano individual ou colectivo, particular ou social. O oráculo - muito solicitado nas passagens de ano - representam as bolas de cristal da política; são o imaginário onde a mente humana vai buscar as imagens com que tece os factos do real. Daí a relevância do oráculo que aqui evocamos de modo comezinho e até um pouco provinciano. Nem de outra forma poderia ser, já que é essa a natureza dos candidatos presidenciais: o refugo do refugo; homens previsíveis; mais tolerados do que amados. Soares é o expoente desse refugo oraculizado com as décadas - que já devia estar a polir as esquinas das janelas da sua casa do Algarve - de pantufas e de ceroulas.., e não maçar mais os portugueses com a sua presença, as suas palavras, as suas estórias e muitas lérias - abundantes no caso de Soares. É assim a política lusa. Contudo, importa interpretar um conjunto de sinais causais e casuais que podem surpreender a natureza, as instituições - de forma orgânica e não orgânica - e, assim, disfuncionar toda a relaçaão do homem com o homem (por causa dos casamentos gays); do homem com a natureza por causa das ofensas vis à Natureza; da mulher com a mulher (por causa dos casamentos lésbicos) e o mais que hoje tece os costumes da Europa e do mundo - como se essa salganhada fossem as prioridades da nossa vida colectiva. Ora não são. Mas como temos de conviver com esses resíduos das democracias somos obrigados a respeitar todo o bicho careta, respeitar todas as diversidades e reconhecer estatuto especial a cada um desses cromos que fazem hoje as delícias das organizações gays em Portugal, que tem sede no BE - e expoente no deputado e economista Anacleto Louçã. Mas toda esta lenga-lenga não explica o que de mais entusiástico e espectacular irá suceder em Portugal já em Janeiro de 2006. Consultemos, pois, o oráculo e vejamos o que decorre dessa intelectualizada adivinhação. Sublinho que deixamos aqui uns breves sinais do que será o ano de 2006 sem recurso ao derramamento de óleos e fumos, nem à moléstia de aves nem ao lançamento de dardos - que sempre tiveram grande influência sobre as formas de oráculo posteriores, ou seja, sobre o futuro do futuro. Ao recorrer aqui a este oráculo porcuramos capturar esse imaginário que, doutro modo, ficaria oculto nas intenções manhosas dos agentes sociais e políticos. Ao trazer à luz esse defeito congénito do homem, procuramos desembaraçar-nos desse permanente vested interest que persegue o homem. Assim, deixamos aqui algumas certezas que povoarão os lugares do futuro na "política à portuguesa", como diria o arqº José A. Saraiva.
  • O sol volta-se a pôr amanhã mais ou menos à mesma hora
  • A hora de escurecer também não escapa muito à normalidade dos tempos
  • Soares será uma luz que apesar de já se encontrar fundida - dará um sinal de estouro definitivo
  • Cavaco irá comer bolo-rei para Belém - mas já com mais modos e menos perdigotos
  • Não haverá nenhum Tsunamy no Alentejo, dada a tradicional falta de água na região
  • Também não se instalará a monarquia - vigorará a democratura de pequenos oligarcas sob a capa da democracia
  • Jerónimo volta à sua vida normal - torneiro mecânico
  • Louçã reingressa na faculdade para se dedicar aos estudos de género e à promoção dos casamentos gays: deles e delas..
  • Alegre julga que é poeta e um dia sonhou que queria ser um poeta maior - quando acordou tinha os pulsos partidos resultantes da queda e da mentira que lhe contaram
  • O PIB decairá para níveis dos países da África oriental, especialmente do Corno d´África
  • Vitor Constâncio julga que sabe jogar xadrez mas será saneado do BP pelos porteiros da instituição e dos sindicatos bancários por ser cúmplice com as reformas douradas aos administradores
  • Sócrates mudará de nome para não mais ser confundido com o cargo de PM que hoje ocupa nem como a verdadeira sabedoria do filósofo grego
  • Descobre-se, entretanto, que o polvo da pedofilia se esconde no seio da PGR e num senhor de bigode, muito ronceiro e tíbio que por lá anda e só comete dislates
  • Paulo Pedroso tem imensos sósias em Lisboa, Elvas e arredores
  • Ferro Rodrigues foi para a OCDE e até parece que nunca conheceu Portugal
  • Catalina Pestana abrirá uma boutique em frente aos Jerónimos e fará concorrência a Ana Salazar - onde irá vender chicotes, luvas, vibradores e outros artefactos que fará inveja ao Marquês de Sade
  • Carlos Cruz já não apresenta mais programas de e para meninos nem ganha dinheiro com seguradoras
  • Jorge Sampaio é um enigma, depois de ter desaparecido do país durante uma década, onde terá andado?
  • Santana Lopes regressa à Figueira da Foz para organizar o campeonato internacional de ping-pong depois de ter passado 3 décadas a ensaiar ser PM
  • Durão Barroso irá à China receber duas medalhas: a de maior traidor; e a medalha Mao Tsé Tung pela maior cambalhota ideológica do séc. XX na transição para o III milénio
  • O meio milhão de desempregados diminuirá para metade, já que 2/3 da população emigra para Espanha e Brasil
  • A postituição do Leste e dos trópicos prolifera em Portugal e transforma-se em fonte de receita e pólo de turismo apetecido em todo o mundo - ombreando no género com a Tailândia
  • As estações do ano confundem-se dado o aumento da poluição - e o Verão passará a ter 6 meses - e com isso mais receitas do turismo virão para o rectângulo - cada vez mais deserto de portugueses de origem
  • A administração pública será reduzida a 20 mil pessoas - que irão todas trabalhar para o aeroporto da Ota e mostrar quão Portugal é um país hospitaleiro.
  • Os restantes serão pica-bilhetes do TGV.
Eis algumas tendências previstas pelo Oráculo de Carnaxide com janela aberta para o mundo. Sendo certo que estes avisos, ensinamentos, direcções e tendências não são apenas para os "Soares" da nossa praça. Dirigem-se também para os maluquinhos que à saída do Júlio de Matos passam a vida a transportar o Sol num carrinho-de-mão a fim de o deixarem em repouso nas sombras mais próximas. Em Delfos, quer dizer, a partir da janela aberta de Carnaxide - posicionada para o mundo - os vaticínios do oráculo encaminham-se no sentido do Self-fulfilling Prophecy, apesar de tudo isto ser um desastre com traidores, idosos/octogenários, incompetentes e outros torneiros mecânicos a brincar à política lusa - como se a sociedade fosse um laboratório e as pessoas fossem ratos de testes neste tubo de ensaio permanente que é hoje viver em Portugal. Não obstante tudo isso, é deste oráculo que se fazem as profecias sobre o futuro, mas também se tece o próprio futuro nesta futurocracia em que todos vivemos. Afinal, todos temos de antecipar e de "comprar" o futuro. Ai daqueles que nem uns pózinhos de devir conseguem obter... Afinal, quanto mais o homem se desenvolve, tanto mais futuro traz dentro de si. E é aí - daí a razão das professias deste oráculo de Delfos & Carnaxide (numa parceria inédita) que o homem se limita a viver no tempo não de forma amorfa, mas para o organizar, ganhando, desse modo, uma influência sobre aquilo que há-de vir. Se ele conseguir dominar o seu psiquismo, ele estará apto a elaborar e a multiplicar as suas profecias que tendem a sedimentar-se em resultado duma acção conjunta do simbólico com o imaginário; do mesmo modo que a acção do homem político decorre dessa conjunção do imaginário com o real a fim de compreender o macrocosmo. Se ele conseguir ter uma visão coerente desse macrocosmo está em condições para dar um sentido à vida. E transformar o próprio oráculo numa espécie de ministro múltiplo: da Educação, da Saúde, das Finanças e da Economia, do Ambiente e o mais que integra este nosso cosmos onde cada um de nós deverá estar ao serviço do mundo, de Deus. Se ele conseguir fazer isso jamais votará Soares - torna-se - pelo menos em parte - no artífice da sua própria felicidade e senhor do tempo e do destino, mesmo que não ande com relógio no pulso...
  • Gnosis - Círculo de investigação numa parceria Delfos & Carnaxide
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